Ucrânia: Regiões separatistas realizam eleições locais no domingo
Os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia realizam eleições no domingo, uma votação considerada ilegal e contrária ao acordo de paz por Kiev, pela União Europeia (UE) e pela ONU e reconhecida apenas pela Rússia.
© Reuters
Mundo Sufrágio
As eleições, para escolher os líderes e os parlamentos regionais, realizam-se uma semana depois das legislativas nacionais vencidas pelos partidos pró-europeus.
O acordo de cessar-fogo assinado em setembro na Bielorrússia previa a convocação de eleições locais nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk para 07 de dezembro, mas, no final de setembro, os dirigentes das duas autoproclamadas "repúblicas populares" recusaram quaisquer eleições organizadas por Kiev no território que controlam.
Recusando o "estatuto especial" que lhes foi concedido por Kiev e reafirmando a independência que proclamaram unilateralmente em abril, os líderes de Donetsk e Lugansk anunciaram a intenção de organizar eleições locais a 02 de novembro e boicotar as legislativas de 23 de outubro.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, advertiu na terça-feira que as eleições dos separatistas são ilegais perante a Constituição ucraniana e põem em risco o processo de paz, contrariando "o espírito e a letra" do acordo assinado em Minsk a 05 de setembro.
A Rússia, no entanto, anunciou que vai reconhecer os resultados das eleições de Donetsk e Lugansk, que considera legítimas e enquadradas pelo memorando de paz assinado a 19 de setembro.
UE, ONU e os Estados Unidos, pelo contrário, lamentaram a realização da votação no leste e o apoio dado pela Rússia. Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a realização da votação vai "contra a Constituição e as leis nacionais" ucranianas e "lesam o protocolo e o memorando de Minsk", assinados na capital da Bielorrússia.
As legislativas de domingo passado na Ucrânia foram vencidas pela Frente Popular, do primeiro-ministro Arseni Iatseniuk, num quase empate com o Bloco Petro Poroshenko, com cerca de 22% cada um.
Em terceiro lugar ficou a também europeísta Autoajuda de Andrei Sadovi, presidente da câmara de Lviv, com 11%.
O Bloco Opositor, formado por antigos membros do Partido das Regiões do ex-presidente pró-russo Viktor Ianukovich, obteve um resultado melhor do que o esperado, com cerca de 9,5% dos votos.
O conflito no leste da Ucrânia entre forças separatistas pró-russas e as tropas ucranianas fez mais de 3.700 mortos e provocou a crise mais grave entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
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