Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
12º
MIN 8º MÁX 15º

Ameaças globais exigem resposta global

Ameaças globais, como o Ébola ou a emergência de movimentos extremistas como o Boko Haram e o Estado Islâmico, requerem uma resposta global, defenderam hoje em Marraquexe os participantes no debate inaugural da 3.ª edição dos Diálogos Atlânticos.

Ameaças globais exigem resposta global
Notícias ao Minuto

10:47 - 25/10/14 por Lusa

Mundo Analistas

Compunham o painel deste encontro anual promovido pelo German Marshall Fund, dos Estados Unidos, e pela fundação sem fins lucrativos do grupo marroquino OCP, que decorre na histórica cidade marroquina até domingo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol Miguel Ángel Moratinos, o embaixador marroquino Youssef Amrani, a ex-Presidente da Costa Rica Laura Chinchilla e Esther Diane Brimmer, professora da Universidade George Washington.

"A comunidade atlântica não sabe o que se passa no seu espaço, logo não tem controlo, porque não há comunicação - e isso é um problema", sublinhou o ex-MNE espanhol, acrescentando: "São 54 países, estive a contá-los".

"Espero que possamos encontrar algumas respostas ao longo destes três dias: vamos provar que Cristóvão Colombo estava certo ao parar na República Dominicana e não continuar à procura da Índia", indicou.

O diplomata marroquino foi contundente: "Temos uma ameaça global, precisamos de uma resposta global".

"Precisamos de ação concertada e pragmática para enfrentar os problemas, precisamos de segurança, de desenvolvimento económico - com desemprego e pobreza, não se consegue vencer o terrorismo", observou.

Subordinado ao tema "A nova equação Atlântica: convergência, cooperação e parcerias", o debate incidiu primeiro sobre os principais obstáculos a essa resposta global e o primeiro foi logo apontado: é necessário definir uma agenda global, que todos tenham perceção dos problemas que enfrentam e partilhem a mesma perceção de quais são esses problemas.

Tanto Youssef Amrani quanto a académica norte-americana Esther Diane Brimmer sustentaram que a confiança entre os países da comunidade Atlântica é um fator essencial, mas Brimmer acrescentou que "é preciso trabalhar na construção dessa confiança".

"A minha preocupação - explicou - é que tenhamos diferentes percepções e, logo, demos diferentes respostas aos mesmos desafios, como o uso da força militar, e penso que necessitamos de trabalhar muito mais na conjugação dessas percepções".

Quanto ao papel da NATO, todos os oradores partilham da opinião de que esta deveria deixar de ser apenas a Organização do Tratado do Atlântico Norte e estender-se ao Atlântico Sul, mas também aí referiram a existência de obstáculos.

"Ou ultrapassamos, todos juntos, a barreira política e ideológica do passado e entendemos que agora vivemos num mundo global, sem divisões entre norte e sul, ou então não seremos bem sucedidos", argumentou Moratinos.

Amrani concordou, afirmando existir "a necessidade de remodelar o universo da NATO, com um novo conceito estratégico de segurança, com os países do Atlântico Sul".

Concluindo que a maior oportunidade para a comunidade Atlântica é a cooperação e inquirido sobre qual o maior obstáculo a essa cooperação, o painel referiu as divergências de prioridades e frisou que, para aumentar essa cooperação, a agenda global tem de ser revista e é preciso chegar-se a acordo sobre quais são as prioridades.

"É a luta contra a pobreza? O tráfico de droga? A corrupção?", perguntou o moderador.

E a ex-chefe de Estado da Costa Rica respondeu: "É o comércio a maior prioridade, porque cria oportunidade para a prosperidade dos nossos países".

O diplomata marroquino retorquiu: "O comércio sem confiança não vale nada. A educação é o mais importante, temos de investir na educação em África, para criar empregos".

Por fim, todos concordaram que comércio, investimento, saúde e educação devem ser os quatro pilares eleitos pela comunidade Atlântica para ultrapassar os obstáculos que atualmente enfrentam.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório