Venezuela quer rever relações com Espanha
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje que quer rever as relações com Espanha, depois do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, ter manifestado preocupação pela detenção do opositor venezuelano Leopoldo López.
© Lusa
Mundo Diplomacia
Nicolas Maduro considera a preocupação de Espanha um ato "não amigável de ingerência" nos assuntos internos da Venezuela.
"Pedi ao 'canciller' [ministro dos Negócios Estrangeiros], Rafael Ramírez, para rever todas as relações com a Espanha devido a este ato não amigável de ingerência e de apoio a grupos da ultradireita, que exercem a violência na Venezuela, da parte do senhor Rajoy", disse.
Durante a inauguração de uma "base de missões socialistas", Nicolás Maduro sublinhou que para o Governo venezuelano "são sagrados os assuntos internos de todos os países".
"Ninguém pode dar-nos lições de democracia e de vida social e económica à nossa pátria", frisou.
Mariano Rajoy reuniu-se na quarta-feira, em Madrid, com Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, o líder de Vontade Popular (centro-esquerda) que a 18 de fevereiro se entregou às autoridades venezuelanas.
As autoridades venezuelanas acusam Leopoldo López de instigação pública, praticar delitos, causar danos à propriedade e incêndio, durante protestos ocorridos a 12 de fevereiro, contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Durante o encontro, segundo a imprensa venezuelana, Mariano Rajoy, expressou preocupação pela situação de detenção do político venezuelano, sobre quem a ONU recomendou à Venezuela a sua imediata libertação.
Manifestou ainda a preocupação da União Europeia pelo julgamento a que está submetido, sublinhando a necessidade de respeitar a liberdade de expressão e o direito dos cidadãos a manifestarem-se pacificamente na Venezuela.
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano dá conta do desagrado de Caracas pelo que diz ser uma "ação de ingerência, irresponsável e desrespeitadora" do Governo espanhol", a quem acusa de: "estimular e promover uma agenda política de desestabilização contra o nosso país, ao fazer declarações públicas emitindo julgamentos de valor sobre a nossa ordenança jurídica, vida social e funcionamento da nossa democracia".
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