É possível aprender uma língua estrangeira enquanto dorme. Duvida? Então vejamos. Um grupo de cientistas, numa experiência recente, propôs a um conjunto de nativos alemães que estes aprendessem holandês. Aos sujeitos investigados, numa primeira fase, foram ensinadas algumas palavras de vocabulário básico. De seguida, os investigadores tocaram o som de algumas palavras a parte do seu universo de estudo, enquanto esta dormia, sem o seu conhecimento.

Mais tarde, foi pedido ao grupo que nada ouviu durante a noite e ao grupo que ouviu, que enunciasse e traduzisse as palavras que tinham sido usadas. Surpreendentemente, o grupo que tinha ouvido as palavras enquanto dormia era capaz de reconhecer e traduzir um grande número de palavras em comparação com os restantes indivíduos.

Mas mais surpreendente é que as palavras que tinham sido ouvidas durante a noite eram aquelas que mais tinha ficado na cabeça dos investigados.

Para se certificarem de que estes factos estavam relacionados com o período de sono, os investigadores fizeram alguns ‘pacientes’ ouvir as mesmas palavras enquanto faziam outra atividade que não o repouso total. Os resultados não foram nem próximos aos verificados entre os que tinham ouvido os vocábulos enquanto dormiam.

O mesmo procedimento foi aplicado noutra experiência, mas desta feita relacionada com música. De acordo com o site norte-americano, foi proposto aos participantes que aprendessem a tocar uma música num método semelhante ao usado pelo popular jogo Guitar Hero. A parte do universo de estudo foi passada a mesma melodia enquanto dormia, sem que tivesse consciência desse facto. A outra, não.

Os resultados? Os participantes que tinha dormido ao som da melodia tinham fixado muito melhor a forma de reproduzir a música que tinham aprendido, dos que tinham dormido sem qualquer interferência.

Por fim, um conjunto de cientistas conseguiu ainda provar que o sono pode servir para memorizar alguns factos da nossa vida que não são tão importantes. É que as memórias que são realmente significativas para a nossa vida, normalmente, são facilmente passadas para o ‘disco duro’ da memória, perdendo-se porém grande parte do conteúdo do que vemos, lemos ou assistimos durante o dia.

Primeiramente, os investigadores pediram a um grupo de participantes para colocar ícones exibidos num computador numa localização específica. O computador automaticamente tocava um som assim que o ‘objeto’ era largado no seu destino. Depois, os cientistas tocaram os sons correspondentes a cada ‘objeto’ em que os participantes tinham mexido enquanto estes dormiam.

As pessoas que ouviram os sons, quaisquer que eles fossem, eram mais facilmente capazes de se lembrar onde tinham deixado os ícones em que tinham mexido. Ou seja, o som ativa múltiplas memórias, comprovando estudos anteriores que indicavam que, por exemplo, um cheiro nos pode ajudar a memorizar qualquer coisa importante.