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Pessoa cujo soro ajudou Teresa Romero pede mais apoio para África

A religiosa que sobreviveu ao Ébola e que doou o plasma sanguíneo usado no soro de tratamento da auxiliar de enfermagem infetada em Madrid, apelou hoje à comunidade internacional para que aumente o apoio ao combate à doença em África.

Pessoa cujo soro ajudou Teresa Romero pede mais apoio para África
Notícias ao Minuto

13:50 - 20/10/14 por Lusa

Mundo Ébola

Paciencia Melgar, cidadã da Guiné Equatorial, falou hoje pela primeira vez em público depois de ser confirmado que o soro preparado com plasma do seu sangue foi usado para ajudar a tratar Teresa Romero, que no domingo teve análises preliminares a indicarem que terá conseguido ficar livre do vírus.

Declarando-se "muito contente" pela recuperação de Teresa Romero e mostrando-se disposta a doar mais sangue, para o que seja necessário, Melgar afirmou que a doença "não é um problema de África" pelo que toda a comunidade internacional se deve envolver.

"Teresa Romero é uma grande mulher, pela sua generosidade e entrega", disse a missionária que há 29 anos faz parte da congregação das Missionárias da Imaculada Conceção.

Melgar trabalhou com o religioso espanhol Miguel Pajares - primeira vitima espanhola do Ébola - no hospital San José de Monrovia, na Libéria, onde foi infetada.

Apesar de trabalhar com uma ordem espanhola não chegou a ser repatriada para Espanha por não ser cidadã espanhola, tendo conseguido superar a doença na Libéria.

Posteriormente foi-lhe pedido que viajasse para Espanha para doar sangue a Manuel Garcia Viejo, o segundo missionário infetado, neste caso na Serra Leoa, que acabou por morrer no dia em que Melgar aterrou em Espanha.

O sangue da religiosa acabou por ser integrado no tratamento de Teresa Romero, uma das auxiliares de enfermagem que integrou a equipa que assistiu Garcia Viejo.

Hoje, a religiosa assegurou que não guarda rancor "por não ter podido vir para Espanha quando tinha o vírus", mostrando-se muito contente por "ter podido fazer bem" ajudando Teresa Romero.

"Deus escreve direito por linhas tortas", disse.

Teresa Romero está desde sexta-feira sem receber tratamentos específicos para a doença, para evitar que as provas que confirmarão ter superado a infeção possam ser 'alteradas'.

Fernando Simón, diretor do Centro de Alertas e Emergências do Ministério de Saúde espanhol, explicou aos jornalistas - depois da reunião do comité do Governo que acompanha a crise do Ébola - que este é o procedimento que tem que ser seguido para confirmar que Romero ultrapassou o vírus.

Depois de um primeiro teste negativo, no domingo, será necessário realizar uma segunda prova, na terça-feira que, a confirmar-se ser negativa, implicaria que Teresa Romero ultrapassou a infeção.

"Ontem houve um resultado negativo do vírus do Ébola. Isto tem implicações importantes, tanto na evolução da paciente como do ponto de vista epidemiológico. Para se considerar não infeciosa e poder dar-lhe alta, requerem-se dois resultados negativos com um intervalo de 48 horas", disse Fernando Simón.

O responsável da saúde pública adiantou que, em termos gerais, a paciente se encontra "bem e a evoluir favoravelmente" mas que, mesmo depois de curada da infeção com Ébola ainda enfrenta um longo processo de recuperação.

Os restantes 15 pacientes hospitalizados em Espanha, sob observação, e os 68 que estão a ser acompanhados em casa - com medições diárias de febre - continuam assintomáticos.

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