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ONG alertam para possível agravamento da violência no fim de campanha

Organizações não governamenais (ONG) moçambicanas alertaram hoje para um eventual agravamento de violência e intolerância política nos últimos 15 dias da campanha, sobretudo em Gaza, no sul de Moçambique, mas defendem a realização do escrutínio naquela província.

ONG alertam para possível agravamento da violência no fim de campanha
Notícias ao Minuto

17:08 - 02/10/14 por Lusa

Mundo Moçambique

Em conferência de imprensa sobre violência eleitoral no país, a Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, o Centro de Integridade Pública, o Parlamento Juvenil e o Fórum das Rádios Comunitárias avisaram que os confrontos se vêm registando desde há duas semanas nas províncias de Gaza, Sofala e Maputo podem causar um clima de violência semelhante ao que se registou no Zimbabué, Quénia e Costa do Marfim há alguns anos.

Recentemente, militantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Gaza foram agredidos por simpatizantes da Frelimo, enquanto, em Maputo, a caravana do candidato deste partido foi impedida de fazer campanha também por membros do partido no poder no país.

Já em Nhangau, na província de Sofala, membros da Frelimo foram agredidos por militantes da Renamo, segundo dados apresentados hoje aos jornalistas pelas quatros organizações não governamentais.

De acordo com as ONG moçambicanas, os atos de violência registados em Gaza foram alegadamente protagonizados em conivência com as autoridades policiais, "que têm dado tratamento discriminatório aos partidos políticos e candidatos presidenciais da oposição".

Falando aos jornalistas, a presidente da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, Alice Mabota, disse que os recentes confrontos entre membros do partido no poder e os da oposição se caracterizaram "por crimes de diversa ordem, incluindo ilícitos eleitorais, violação de direitos fundamentais e de propriedade".

"A campanha eleitoral em curso está a ser caracterizada pela fraca e intempestiva atuação dos órgãos eleitorais, partidários e de justiça e das autoridades policiais, perante atos de violência eleitoral e intolerância política", referiu Alice Mabota.

As ONG moçambicanas consideram que os cenários de violência nas três provínciais se afiguram "extremamente preocupantes" pelo fato de se "estar a desenvolver uma consciência de aparente domínio partidário de determinados territórios nacionais, tidos como supostos bastião do partido no poder (Frelimo) ou da oposição, designadamente o MDM e a Renamo".

Isso "leva-nos a antever uma situação de proporções muito graves de violência após a divulgação dos resultados se, por ventura, um dos concorrentes não reconhecer os resultados alegadamente por motivos de fraude", alertaram as ONG moçambicanas.

Questionado pela Lusa se havia condições efetivas para a realização de eleições em Gaza face ao panorama de violência eleitoral que se assiste naquela província a sul do país, a presidente da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique defendeu que "sim", uma posição atestada pelos respetivos responsáveis do Centro de Integridade Pública, do Parlamento Juvenil e do Fórum das Rádios Comunitárias.

Aliás, o diretor geral do Centro de Integridade Pública, Adriano Nuvunga, descartou mesmo a ideia de intervenção da comunidade internacional para organizar o escrutínio naquela região do país e não só, defendendo, no entanto, uma melhor fiscalização das eleições gerais por parte dos órgãos eleitorais.

No dia 15 de outubro, Moçambique realiza as quintas eleições gerais (presidenciais, legislativas) e as segundas eleições provinciais desde a assinatura do Acordo Geral de Paz, que pôs termo a 16 anos de uma guerra civil entre a Renamo e o Governo.

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