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Governador britânico diz que diálogo tem de substituir gás lacrimogéneo

O último governador britânico de Hong Kong instou, na quarta-feira, a um "diálogo genuíno" no âmbito dos protestos pró-democracia, afirmando que Pequim renegou as suas promessas de permitir à sua Região Administrativa Especial decidir sobre os seus próprios assuntos.

Governador britânico diz que diálogo tem de substituir gás lacrimogéneo
Notícias ao Minuto

07:05 - 02/10/14 por Lusa

Mundo Hong Kong

"Penso que temos de ver o diálogo substituir o gás lacrimogéneo e o gás pimenta", disse Chris Patten, durante um programa radiofónico da BBC, numa alusão aos incidentes de domingo.

Neste sentido, defendeu que "de modo a salvar a face de Pequim e do Governo de Hong Kong, a coisa certa a fazer é partir para um novo período de consulta, fazendo uma auscultação genuína".

Os residentes de Hong Kong contestam a recusa de Pequim em garantir pleno sufrágio universal nas próximas eleições para o chefe do Executivo, em 2017.

O último governador inglês disse ainda que no quadro dos acordos sino-britânicos que antecederam a transferência de soberania de Hong Kong para a China, em 1997, ficou "absolutamente claro que o ritmo da democratização é um assunto da competência do Governo de Hong Kong".

Pequim anunciou, a 31 de agosto, anunciou que os aspirantes ao cargo de chefe do Executivo de Hong Kong vão precisar de reunir o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação, controlado pelo governo central chinês, para poderem concorrer à próxima eleição e que apenas dois ou três candidatos serão selecionados.

Os residentes da antiga colónia britânica poderão exercer o sufrágio universal mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.

Isto quando a China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que poderia escolher diretamente o seu líder no ano de 2017.

As propostas de Pequim constituem "uma violação às promessas que as próprias autoridades chinesas fizeram a Hong Kong. Eles disseram que este tipo de assuntos cairia na esfera da autonomia do Governo de Hong Kong e agora estão a renegar isso", afirmou Patten, defendendo, por isso, serem legítimas as razões de protesto dos residentes da antiga colónia britânica.

"A ideia de que tudo isto está a ser atiçado por agitadores externos é um insulto a todas estas pessoas de Hong Kong, muitas delas bastante jovens, que se levantam por aquilo que lhes foi prometido".

Toda esta situação tem sido "muito, muito mal gerida", disse.

"Claro que o facto de estar a ser mal gerida leva-nos a questionar se as autoridades chinesas ou aqueles que os representam no Governo de Hong Kong levaram realmente a sério a Declaração Conjunta Sino-Britânica como deveriam", apontou.

Sobre uma eventual resposta violenta por parte da China às manifestações que têm juntado milhares de pessoas há vários dias em Hong Kong, Patten disse não acreditar numa repressão de contornos semelhantes à de Tiananmen, em 1989.

"Não acredito que a liderança chinesa seja tão louca", comentou, sublinhando que "a China está preocupada com a sua relação com o resto do mundo e com a sua imagem (...). Não acredito que façam uma coisa tão estúpida como enviar o exército".

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