Ucrânia: Retirada de tropas perturbada pelo regresso da violência
O estabelecimento de uma zona tampão no leste da Ucrânia foi hoje comprometido devido ao prosseguimento de combates que provocaram 13 mortos, incluindo nove soldados, no balanço mais mortífero desde a trégua no início de setembro.
© Reuters
Mundo Segurança
Mais de uma semana após a conclusão de um acordo em Minsk destinado a assegurar uma trégua duradoura entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos, a paz parece ainda longe de assegurada nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, palco de cinco meses de combates que provocaram mais de 3.200 mortos e o êxodo de mais de 600.000 civis.
"Nove soldados foram mortos e 27 feridos nas últimas 24 horas", declarou hoje o porta-voz militar, Andrii Lyssenko. "Ontem [domingo], os rebeldes tentaram uma vez mais tomar de assalto o aeroporto de Donetsk", a maior cidade controlada pelos rebeldes, acrescentou. "Um dos nossos veículos blindados foi atingido, registaram-se baixas entre os nossos paraquedistas".
Quatro civis foram também mortos em Donetsk e em Makiivka, noroeste de Donetsk. Oito civis ficaram feridos nestes incidentes provocados por disparos de artilharia provenientes das posições do exército de Kiev.
A violência nas regiões separatistas diminuíram desde a instauração de um cessar-fogo em 5 de setembro, mesmo que as constantes violações da trégua tenham provocado desde essa data a morte de pelo menos 57 militares e civis, segundo estimativa da agência noticiosa AFP.
O prosseguimento dos combates pode no entanto colocar em dúvida a retirada das tropas do exército ucraniano e dos rebeldes pró-russos. Os beligerantes estão a tentar estabelecer uma zona tampão de 30 quilómetros de comprimento ao longo da linha da frente, mas uma trégua total de 24 horas é considerada como uma pré-condição a esta movimentação.
Os separatistas ocupam uma zona de cerca de 230 quilómetros sobre 160 ao longo da fronteira russa, que segundo os analistas representa cerca de 3% do território da Ucrânia e 9% da sua população.
Num sinal sobre a persistente desconfiança por parte da Rússia, Moscovo anunciou a abertura de um inquérito penal por "genocídio" das populações russófonas no leste da Ucrânia, onde a utilização de armas pesadas terá provocado a morte de pelo menos 2.500 civis.
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