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'Não' vence na Escócia com quase 10% de margem
Os eleitores escoceses rejeitaram a independência escocesa do Reino Unido, com quase 10 pontos percentuais de diferença, indicam os dados oficiais.
© Reuters
Mundo Oficial
A contagem das 32 circunscrições escoceses indica hoje a vitória do 'não' no referendo para a independência com 55,3 por cento dos votos, enquanto o 'sim' obteve 44,7 por cento, de acordo com dados oficiais.
Para vencer o referendo, um dos dois campos tinha de alcançar 1.852.828 votos, sendo que o 'não' obteve 2.001.926 eleitores, contra 1.617.989 do 'sim'.
A participação no referendo que decorreu na quinta-feira atingiu um número recorde de 85,6 por cento em eleições no país.
Foi porém com tristeza e desânimo que os apoiantes da independência da Escócia reagiram aos resultados. "Partiu-me o coração, estou destroçada", disse Charlotte Darroch, de 16 anos, que assistia à contagem dos votos na capital escocesa, envergando vários crachás do 'Sim' no seu uniforme escolar e uma bandeira da Escócia em volta dos ombros.
"Achámos todos que os resultados iam ser diferentes. Acreditei sinceramente que a opinião das pessoas era diferente. Acho que as pessoas não se aperceberam do quão importante isto é", disse à AFP. Apesar da derrota, a jovem prometeu não desistir: "Não é o fim da campanha do 'sim'".
No centro da cidade, perto do Castelo de Edimburgo, ativistas de tartans rodeados de cartazes do 'sim' choravam debaixo da chuva, no final de uma noite de esperança. Iain, de 21 anos, disse: "Estou incrivelmente desiludido". A independência "estava tão perto", comentou. "Nos últimos seis meses todos tivemos esperança de uma vida melhor", acrescentou.
Jeoffrey Siaber, um pensionista inglês a viver na Escócia, juntou-se aos lamentos dos jovens independentistas. "Sei que há um grande sentimento de injustiça aqui, por serem governados à distância", disse. "Seria mais saudável se a Escócia se governasse a si própria", comentou.
Na estação de Haymarket, Danny Trench, de 23 anos, confessou-se "um pouco perturbado". "Mas as coisas vão ficar como estão, por isso a minha vida não vai mudar. Não prevejo outro referendo. Nunca se sabe o que vai acontecer daqui a 20 anos, mas não vejo isso a acontecer agora", afirma.
Por outro lado, a apoiante do 'não' Louise Fleming, de 21 anos, disse sentir-se "aliviada" com o resultado. "Foi um referendo tão dividido, vimos agora o resultado, não podemos esperar que tudo esteja ótimo amanhã mas conseguimos o resultado certo", concluiu.
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