Cristina Fontes Lima, citada pela Inforpress, indicou que, dos 11 casos, seis são importados, provavelmente de países da África Ocidental, e os restantes são locais, números que contrariam a tendência residual do total de casos registados nos últimos anos a nível nacional,

A ministra, que não deu conta de óbitos, falava aos jornalistas após uma visita ao bairro praiense de Fontom, com o objetivo de verificar as medidas preventivas em curso antes do início da época do período das chuvas e o funcionamento das estruturas de saúde e ouvir as preocupações das populações.

Segundo Cristina Lima, a intenção de erradicar o paludismo no país até 2016 está mais próxima de ocorrer, depois de o Governo ter garantido os 20 mil contos (181 mil euros) necessários para levar por diante esse combate, disponibilizados pelo Fundo Global para a Saúde, que dá sobretudo assistência ao combate à SIDA, malária e tuberculose.

Em Cabo Verde, apesar das intervenções no terreno por parte da Delegacia de Saúde e das Forças Armadas, Cristina Lima adiantou que o cenário está "longe daquilo que é desejável" e sublinhou que as medidas em curso "não são suficientes" para eliminar os focos de proliferação de mosquitos.

Os bairros de Fontom, com 22 poços a céu aberto, Tira Chapéu e Várzea, na Cidade da Praia, o concelho de Santa Cruz (interior norte da ilha de Santiago) e o Bairro da Boa Esperança (Boavista) constituem os principais focos da proliferação de mosquito, indicou, apelando ao apoio das câmaras municipais locais.

Segundo os dados de 2012 da Organização Mundial de Saúde (OMS), a África Subsaariana é onde a taxa de incidência é a maior em todo o mundo, absorvendo 80% dos novos casos de infeção.

Os dados indicam também que a malária é endémica em 99 países e, na África Subsaariana, é a principal cauda de morte de crianças menores de cinco anos, matando uma a cada minuto (1.500 mortes diárias).

Em Cabo Verde, a taxa tem sido residual e, em janeiro último, o arquipélago foi premiado pelos esforços no combate à doença pela Aliança de Líderes Africanos para a Malária, depois de obter uma cobertura de 95% de redes impregnadas com inseticida para prevenir a contaminação.