CPLP aposta na ciência para desenvolvimento e crescimento económico
A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) anunciou hoje que vai apostar forte na formação científica como fator de crescimento e desenvolvimento económico e espera contar com a vasta experiência de Portugal e do Brasil nesse domínio.
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Mundo Formação
O desafio foi lançado hoje pelos ministros da Ciência e Ensino Superior de Cabo Verde, António Correia e Silva, de Portugal, Nuno Crato, e do Brasil, Clélio Campolina, após um encontro conjunto com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.
Segundo os governantes, um primeiro passo nesse sentido foi dado em janeiro de 2014, com o arranque do Programa de Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento (PGCD), cujo primeiro ano letivo termina terça-feira, na Cidade da Praia, e do qual fazem uma avaliação positiva.
"Queremos mais experiências deste tipo para retirar os seus ingredientes como modelo a desenvolver nos vários países, começando por aquilo que é essencial: a formação de cientistas", afirmou o ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde.
Para António Correia e Silva, as experiências em desenvolvimento, "médio e avançado", de Portugal e do Brasil serão muito importantes no processo em relação aos países que estão a começar a dar os primeiros passos, como é o caso de Cabo Verde e Angola.
"Portugal e Brasil têm uma experiência consolidada de formação avançada, um número maior de universidades, líderes científicos e mais condições de financiamento", salientou Correia e Silva, considerando ser essencial os países emergentes estarem "secundados" por aqueles que financiam os programas para a ciência e desenvolvimento.
"Estamos a pôr em rede várias instituições. O segredo de fazer junto potencia coisas que, isoladamente, não poderíamos fazer", prossegui Correia e Silva, indicando como exemplo o PGCD, que custou seis milhões de euros, financiados por Portugal, Brasil e por várias empresas.
O desenvolvimento, qualquer que seja a sua natureza, passa pela educação, ciência e tecnologia, pelo que temos de ampliar a nossa cooperação", completou Clélio Campolina, ministro do Ensino Superior do Brasil, considerando ser o único caminho para buscar formas de desenvolvimento que sejam capazes de gerar crescimento económico.
Por sua vez, o ministro português destacou o papel de Cabo Verde na CPLP para trazer a ciência e a inovação para o primeiro plano na atividade de países unidos pela língua, história, princípios políticos e, cada vez mais, pela ambição de ter uma educação e ciência avançadas.
"O PGCD é o primeiro programa. É muito bom que tenha sido feito em Cabo Verde, mas outros serão feitos no Brasil, em Angola e em Portugal. Todos os países estão empenhados nisto. Esta é uma CPLP virada para a formação de quadros superiores e para a cooperação científica", sublinhou Nuno Crato, destacando a "vontade de cooperar" no seio da comunidade.
Além de Cabo Verde, Portugal e Brasil, o encontro de ministros de Ensino Superior e Ciência da CPLP contou ainda com a presença dos ministros angolanos da Ciência e Tecnologia, Cândida Pereira Teixeira, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento.
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