A mais recente informação dos resultados provisórios dava a maioria absoluta no Parlamento ao Partido Bharatiya Janata (BJP) de Modi. Esta é a primeira vez nos últimos 30 anos que um partido vence sozinho as legislativas indianas.
"A Índia ganhou. Novos dias estão a chegar", reagiu Modi, numa mensagem na rede social "Twitter".
Estes primeiros resultados ultrapassam todas as projeções. Nas representações do BJP em todo o país, as celebrações começaram pela manhã, com a distribuição de doces e lançamento de foguetes.
O triunfo do BJP remodela a paisagem política indiana, transformando o partido nacionalista hindu numa potência política nacional, em detrimento do Partido do Congresso da 'dinastia' Gandhi-Nehru, numa dura reviravolta para uma formação acostumada a dirigir o país.
"É o início da mudança, a revolução de um povo e o começo de uma nova era", declarou à agência noticiosa francesa AFP um dirigente do BJP Prakash Javadekar, a partir da sede partidária em Nova Deli.
As expetativas são elevadas nos eleitores indianos, que acreditaram no novo homem forte da Índia para reproduzir, a nível nacional, as receitas económicas que testou, com êxito, no estado de Gujarat, onde está no poder desde 2001.
Modi, de 63 anos, filho de um vendedor de chá, monopolizou a atenção durante a campanha eleitoral, ao prometer incarnar um poder forte, relançar a economia e, ao mesmo tempo, apagar o passado de líder nacionalista hindu controverso.
A minoria muçulmana olha com desconfiança para Modi, desde os motins de 2002 em Gurajat, nos quais morreram mais de mil pessoas.
Na oposição, o partido do Congresso sai desgastado por dez anos de poder, escândalos de corrupção consecutivos e punido pela incapacidade de relançar o crescimento e controlar a inflação galopante.
"Aceitamos a derrota. Estamos prontos a passar para os lugares da oposição", disse o porta-voz e dirigente partidário Rajeev Shukla, aos jornalistas, na sede da formação.
"Modi prometeu montanhas e maravilas. As pessoas compraram esse sonho", acrescentou.
De acordo com as projeções, o BJP ultrapassou a maioria absoluta de 272 deputados em 543, e poderá ter mais de 300 lugares, incluindo os dos aliados.
O primeiro-ministro cessante Manmohan Singh, que em janeiro considerou que Modi seria "um desastre para o país", já felicitou o sucessor, num contacto telefónico.
A chegada de Modi ao poder vai trazer uma mudança radical para os grandes países ocidentais, que boicotaram o dirigente nacionalista durante dez anos, depois dos motins de 2002.
Mais de mil pessoas foram mortas nos confrontos, sobretudo muçulmamos. Modi foi acusado de ter encorajado a violência.
Durante a campanha, o líder hindu absteve-se de destacar as reivindicações nacionalistas mais radicais do programa do BJP.
"Ele vai ser julgado pela economia. E se chumbar no relançamento económico? O plano B poderá ser o 'hindutva'", ou o nacionalismo hindu, considerou Christophe Jaffrelot, investigador do King's College de Londres.