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Venezuela questiona "moral" dos EUA em matéria de direitos humanos

A procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, acusou hoje os EUA de "não terem moral para erigir-se como censores em matéria de Direitos Humanos", porque "historicamente têm sido o principal responsável pelos grandes genocídios a nível mundial".

Venezuela questiona "moral" dos EUA em matéria de direitos humanos
Notícias ao Minuto

22:42 - 09/05/14 por Lusa

Mundo Críticas

"Como é que os Estados Unidos podem falar em Direitos Humanos se contemplam a plena de morte? Que é que há mais apreciado para uma pessoa, do que a vida?", questionou.

A procuradora acusou ainda Washington de ter "uma política generalizada de violação de direitos humanos no seu próprio território" ao aplicar a pena de morte e manter centros de reclusão no estrangeiro, como o de Guantanamo, em Cuba.

Luísa Ortega Días reagia à aprovação, no Senado dos EUA, de um projeto de lei que procura sancionar os funcionários do Governo venezuelano que violem os Direitos Humanos, durante os protestos que ocorrem na Venezuela.

"Que insolência a dos Estados Unidos, não? A ser assim, terei que solicitar à Assembleia Nacional venezuelana também que sancione sobretudo quem fez esta proposta", disse.

O projeto foi apresentado pela representante do Estado de Flórida, Ileana Ros-Lehtinen e pelos senadores Marco Rúbio e Bill Nelson e solicita ao presidente do Estados Unidos, Barack Obama, que revogue os vistos e congele os ativos de funcionários do Governo de Nicolás Maduro em território norte-americano, que sejam responsáveis por violar os Direitos Humanos e censurar pessoas ou meios de comunicação que informem sobre os protestos.

Quinta-feira a subsecretária de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, disse ser prematuro avançar com sanções contra a Venezuela e que a própria oposição venezuelana teria pedido ao Governo norte-americano para não aplicar medidas contra os membros do Governo de Caracas.

O anúncio foi entretanto posto em causa pela coligação opositora Mesa de Unidade Democrática, que emitiu um comunicado a garantir que não solicitou qualquer pedido ao Governo dos EUA.

"Nunca um porta-voz da MUD sugeriu a um funcionário de algum país que ditem sanções, que façam com que o povo pague as culpas dos seus governantes. Muito menos que se demitam as pessoas de assumir a responsabilidade que acarretam as suas condutas", afirma.

Desde há três meses que se registam protestos diários contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e a repressão por parte de organismos de segurança do Estado.

Alguns protestos degeneraram em confrontos violentos durante os quais morreram pelo menos 42 pessoas, dez das quais funcionários policiais ou militares. Por outro lado, 785 pessoas ficaram feridas, mais de 3.000 foram detidas e apresentadas aos órgãos jurisdicionais e 197 estão em prisão.

Segundo as autoridades venezuelanas 17 polícias estão detidos, três encontram-se em regime de apresentação periódica mensal, e existem cinco mandados por executar na sequência de investigações sobre alegadas violações dos direitos humanos dos manifestantes.

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