Numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, o chefe da diplomacia de Washington disse que tais medidas deveriam incluir "apelar publicamente aos separatistas para evacuarem os edifícios e instalações ilegalmente ocupados, aceitarem a amnistia e apresentarem os seus protestos de forma política", indicou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano Jen Psaki.
"Ele também exortou a Rússia a nomear um diplomata sénior para trabalhar com a missão da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) no leste da Ucrânia, para tornar absolutamente claro para os separatistas que a Rússia apoia o acordo e quer uma redução da tensão", prosseguiu.
A porta-voz acrescentou ainda que Kerry apelou para que a Rússia se pronuncie contra a captura de jornalistas e outros cidadãos inocentes como reféns".
Por sua vez, Lavrov sustentou que Washington deve convencer Kiev a respeitar os compromissos assumidos em Genebra, na maratona de conversações que reuniu na quinta-feira passada os chefes da diplomacia norte-americano, russo, ucraniano e da União Europeia para tentar encontrar uma solução para a crise na Ucrânia.
Segundo um comunicado do MNE russo, Lavrov "pediu ao secretário de Estado norte-americano para influenciar Kiev para que os 'cabeças quentes' não provoquem um conflito sangrento e para encorajar os dirigentes ucranianos a cumprirem estritamente as suas obrigações".
O Presidente norte-americano, Barack Obama, ameaçou decretar mais sanções contra Moscovo, além das já impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia ao núcleo próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, se o acordo de Genebra não for em breve implementado.
A conversa de Kerry com Lavrov ocorreu quando o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, inicia uma visita de dois dias a Kiev, numa demonstração de apoio ao Governo ucraniano.
O acordo de Genebra insta todos os "grupos armados ilegais" na Ucrânia a entregarem as suas armas e a porem termo à ocupação de edifícios públicos e outros locais.
Mas a breve trégua pascal foi quebrada no domingo, quando dois rebeldes foram mortos na cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, controlada pelos rebeldes separatistas pró-russos.
