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Castigar vitimas de violação torna-se promessa política
Na Índia, líderes do Partido Socialista querem absolver os homens violadores da pena de morte e, por outro lado, castigar as mulheres, por acharem que também têm a sua quota parte de culpa numa violação. As declarações, segundo o The Independent, estão a causar indignação.
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Mundo Índia
As eleições políticas na Índia não estão a ser pacatas, sobretudo pelas recentes declarações dos candidatos à liderança do país.
Num discurso proferido na quinta-feira, o candidato Mulayam Singh Yadav, líder do Partido Socialista, disse que se fosse eleito primeiro-ministro iria eliminar uma lei que prevê a sentença de morte para homens que cometam violações.
Referindo-se a um caso em Mumbai, onde três homens foram condenados à morte, o candidato disse que os homens não deviam ser sujeitos a uma pena tão pesada porque não era anormal “os rapazes cometerem erros”.
As declarações não caíram bem junto das associações de defesa dos direitos da mulher, tendo sido também alvo das críticas dos seus opositores políticos.
Esta sexta-feira, o político de 74 anos decidiu, no entanto, mudar o seu discurso, avança o The Independent.
“Muitas pessoas disseram que as minhas declarações eram corretas. Eu sou contra a violação. Os violadores deveriam ser severamente castigados pelos seus atos. Mas pessoas inocentes não devem ser enforcadas. Não percebo o que está mal naquilo que disse”, desculpou-se.
A polémica intensificou-se quando outro líder do partido prestou declarações igualmente despropositadas.
"O estupro é castigado no Islão com o enforcamento. Mas aqui nada acontece às mulheres, apenas aos homens. Até as mulheres são culpadas”, afirmou Abu Azmi.
"Qualquer mulher, casada ou não, que se envolve com outro homem, com ou sem o seu consentimento, deveria ser enforcada. Os dois deveriam ser castigados”, acrescentou.
Os comentários provocaram mais protestos, com o próprio filho de Azmi a impôr-se contra o pai.
“Acredito que um violador deve ser enforcado uma centena de vezes. Tenho cinco irmãs e todos na minha família acreditam no mesmo", refere.
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