Ban Ki-moon apela à calma e diálogo em Moçambique
O Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou ao governo moçambicano e à Renamo para conterem a violência no centro do país e encetarem o diálogo.
© Lusa
Mundo ONU
Os antigos rebeldes da Renamo declararam, na terça-feira, o fim do acordo de Paz assinado em 1992 apesar de, mais tarde, terem sublinhado não pretenderem regressar à guerra.
Em comunicado, o gabinete de Ban Ki-moon indica que o secretário-geral das Nações Unidas "pediu a todas as partes para evitarem qualquer ato que coloque em causa a paz e a estabilidade que prevaleceu nos últimos 21 anos".
"Ele apelou a todas a partes para que se envolvam num diálogo inclusivo para superar as diferenças num ambiente de estabilidade democrática para garantir que o país continua a trabalhar para garantir a inclusão social e desenvolvimento sustentável para todos", refere a nota citada pela agência AFP.
Moçambique vive a sua pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, após o exército moçambicano ter desalojado, na segunda-feira, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, da base onde se encontrava aquartelado há mais de um ano, no centro do país.
Afonso Dhlakama e o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, fugiram para local incerto, enquanto as forças de defesa e segurança moçambicanas mantém a ocupação da residência do líder do movimento, em Sandjunjira, na província de Sofala, e o partido denunciou o acordo de paz assinado em 1992 com a Frelimo.
Entretanto, homens armados da Renamo ocuparam e assumiram o controlo da vila de Maríngué, na Gorongosa, na terça-feira, constatou a Lusa no local.
Em junho último, elementos da Renamo levaram a cabo ataques contra autocarros e camiões na região de Machanga, também no centro de Moçambique, que se saldaram em pelo menos três mortos e seis feridos e que levou o exército a fazer escoltas militares na principal estrada da região.
O partido de Dhlakama reivindicou ainda a morte de 36 militares e polícias das forças de defesa e segurança moçambicanas, a 10 e 11 de agosto, numa "ação de autodefesa", no centro do país, e o líder da Renamo já tinha condicionado as negociações com o Presidente Armando Guebuza à retirada do exército da serra da Gorongosa.
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