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Moçambique poderá produzir veículos aéreos não tripulados

Moçambique poderá produzir veículos aéreos não tripulados, capazes de transmitirem informações sobre a segurança marítima, numa colaboração entre a agência espacial norte-americana NASA, a Faculdade de Engenharia do Porto e a Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique.

Moçambique poderá produzir veículos aéreos não tripulados
Notícias ao Minuto

16:27 - 05/09/13 por Lusa

Mundo Colaboração

"Estamos a criar as bases para um laboratório de veículos autónomos não tripulados a serem construídos em Moçambique, com incorporação de mais de 35 a 40 por cento de produção nacional. Acho que isso é um passo gigante para o país", disse o diretor executivo da companhia Mozlog, Jorge Silva.

A empresa pretende comercializar um projeto que está a ser desenhado por aquelas instituições.

Jorge Silva fez este anúncio após a apresentação do tema "O mar como fator da Estratégia de desenvolvimento e a segurança marítima" no II seminário Internacional Político-Diplomático do Centro de Análise Estratégica (CAE) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizado na quarta-feira, em Maputo.

Segundo disse, a tecnologia que poderá estar disponível "dentro de seis a oito meses" será "aplicada para busca de conhecimento de alvos, vigilância do tráfico marítimo ou rodoviário, em rotas de densidade de navegação muito grande, e terá a capacidade de monitorização persistente da poluição e acidificação dos oceanos".

O primeiro voo do 'drone', o veículo aéreo não tripulado, vai ser feito na Ilha de Inhaca, "o escudo de defesa natural que Maputo possui", e em cuja costa, recentemente, "foram encontrados restos do tsunami no Japão", em 2011.

"Isto mostra a importância estratégica e ambiental que Inhaca possui", disse Jorge Silva.

Em termos de engenharia tecnológica, a Mozlog conta com uma equipa de investigadores de universidades norte-americanas e europeias, bem como pesquisadores da NASA e Google Ocean.

"A forte estratégia para este investimento e ligação assenta na forte componente experimental, operações no mar. Já foram verificados. São robustos e fiáveis. Há um desenvolvimento incremental. Há parcerias estratégicas. Por exemplo, no caso português, através da Marinha portuguesa, com portos e outras instituições públicas, como a Força Aérea. Neste momento, Portugal já opera e coopera neste domínio", disse.

O primeiro protótipo do veículo não tripulado, produzido pela Universidade do Porto, já foi testado pela Marinha Portuguesa, mas "daqui a seis meses", haverá "(uma máquina similar) Made in Mozambique", que poderá ser usada para fins de investigação pública.

A nível europeu, os veículos são utilizados para fins de intervenção nos casos de acidentes marítimos, e noutras aplicações, desde proteção de estuário, hidrografia, oceanografia, busca e salvamento, aplicação de direito marítimo e monitoria ambiental, explicou.

Em declarações aos jornalistas, Jorge silva disse que, atualmente, existem três tipos de veículos não tripulados, tendo sido feitos testes com duração de oito horas, do universo de 800 voos autónomos diurnos e noturnos realizados, nomeadamente voo sobre o mar, para a vigilância pesqueira, poluição, imigração ilegal e a ações antipirataria.

Questionado sobre as vantagens de introdução deste aparelho pelos países da CPLP, o investigador apontou a "redução de custos para os países".

"Um navio patrulha ronda os 40 mil dólares por dia", enquanto o custo anual destes equipamentos não ultrapassa os 20 mil dólares. Não há capacidade de discussão possível em termos económicos e, dada a escassez de recursos financeiros que nos aflige, obviamente que faz todo o sentido apostar neste tipo de tecnologia. A formação de militares e civis também não é cara. A tecnologia é viável para fins militares e civis", acrescentou.

Com a produção deste tipo de aparelho, espera-se que Moçambique possa "tornar-se a base de estudo de centros de investigação e desenvolvimento nesta área, que possa ser depois aplicado, quer ao nível de soberanias nacionais da CPLP, como vigilância do domínio marítimo, controlo de sinistralidade rodoviário, um grande problema hoje", concluiu Jorge Silva.

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