Chegámos a Carcavelos era ainda manhã mas o sol já se fazia sentir intenso, mesmo convidativo para uma ida impulsiva à praia. A tentação era grande, tão grande quanto a vontade de conhecer de perto uma das marcas portuguesas mais baladas do momento, a Pallas.

Subimos até casa de Carolina Palla Neves, uma jovem arquiteta que divide o seu tempo entre a arte da construção, a arte do desenho e a arte do amor. Mãe de um pequeno rebento, Carolina faz da sua sala de estar um pequeno estúdio de moda. Lá encontram-se o computador e os cadernos onde a magia nasce, mas também algumas das suas mais recentes criações, lado a lado com alguns dos materiais que trouxe das viagens que mais a inspiram.

E a palavra de ordem é mesmo essa: inspiração. “Inspirada em lugares, culturas e costumes diferentes é no savoir fair da mulher cosmopolita e moderna que a Pallas se deixou apaixonar”. É assim que a marca se dá a conhecer no seu site, mas o Lifestyle ao Minuto quis saber mais sobre as verdadeiras inspirações.

Ao longo de mais de uma hora de conversa, Carolina confessou que embarcar no mundo do fashion design “sempre foi uma vontade antiga, sempre fui fazendo as minhas coisas e sempre fui criando”. “Às tantas, e continuando sempre na arquitetura, as coisas foram acontecendo” e assim nasceram as primeiras malas, depois os botins e agora as clutches.

Eu vou muito a Ibiza e, mesmo quando ainda não tinha começado a marca, no ano em que fui começando a fazer umas coisas toda a gente de lá me perguntava ‘que bonito, onde é que arranjaste?’ e eu respondia que era eu que fazia. Mesmo antes da marca ter surgido, já estava a mandar coisas para lá, porque lá apreciam imenso as peças feitas à mão e o facto de serem únicas. Foi uma coisa que depois deu um alavanque para continuar as coisas cáUma viagem, um tecido e uma inspiração

Depois da criação de malas, carteiras, mochilas e botins, Carolina Palla Neves quis dar vida a uma linha de clutches, à qual chamou Molas. E assim que nos começou a contar a história destas peças não foi difícil perceber a escolha particular do nome.

De tons e padrões alternados, cada mala desta coleção tem como “inspiração uma viagem que fiz no ano passado ao Panamá, onde vivi com uma tribo indígena, os Kuna Yala”. As mulheres da tribo, contou-nos, usam tecidos chamados Molas, que “são considerados património da UNESCO”.

“São tecidos que nascem por sobreposição, que são cortados e cosidos à mão” e que “dão continuidade aos padrões geométricos que a tribo usava para cobrir o corpo mesmo antes de dar origem a esta arte têxtil”, explicou enquanto nos mostrava o tecido usado na confeção de uma camisola que tinha em cima da mesa, a mesma mesa onde estavam várias clutches expostas.

Como o nome dos tecidos é Molas, criei estas clutches e dei o nome Molas, não valia a pena estar a inventar muito, até porque o tecido tem já tanta riqueza e história

Na criação das clutches, Carolina apostou nos padrões mais geométricos e rendeu-se ao “desafio de juntar um padrão com outro padrão para que dessem muito contraste”. “Optei por escolher os primeiros desenhos deles, o que foi também mais complicado na escolha dos tecidos, porque é mais fácil chegar lá hoje em dia e encontrarmos imensos padrões com papagaios, com flores ou tons mais tropicais”, disse-nos, justificando que os padrões geométricos “têm mais simbolismo” e “trazem mais beleza”.

“Além de criar a clutch, que queria que fosse uma mala para o dia a dia, divertida, com muita cor e simbolismo, criei também a alça. Todas as alças são em pele e todas são diferentes, vão buscar cores da própria mala”, acrescentou.

 

Uma vez que a arquitetura está sempre presente na vida de Carolina, estas malas contam ainda com “mosaicos hidráulicos, desenhos sem continuidade e sem repetição, e tudo isso significa também caminhos, história e simbolismo”, explicou, salientando ainda que a paixão pelas viagens e pelas descobertas está sempre presente.

Não gosto de viajar só por viajar, gosto sempre de ir à procura de cada coisa dos vários sítios e já tive outra coleção também feita com inspiração de outros sítios onde estive, de outros países.

Lançada há pouco mais de três semanas, a coleção Molas “está a correr bem, felizmente. A apreciação das pessoas está a ser ótima”. Cada mala é uma peça única e toda a coleção está à venda em exclusivo no site da marca e ainda na NUDE Fashion Store.

Todas as restantes coleções podem ser encontradas nas lojas lisboetas 39 Concept Store, NUDE Fashion Store, Un Croquis De Mode, na Chinha (Carcavelos), na Cais à Porta (Aveiro), na Portugal Labels (Funchal) e também Ibiza Daz e Yemanja Ibiza (ambas em Espanha) e na The Citizen Room (em Toronto, no Canadá).

Todas as peças da Pallas são criadas à mão, de forma única e artesanal.

Pallas ao estilo festivaleiro

Além de todas as inspirações mundiais, as peças criadas por Carolina Pallas têm também a mulher moderna e cosmopolita como musa. As mais variadas situações do dia a dia estão espelhadas um pouco por cada uma das peças que cria e nem os festivais de verão escapam.

Cada vez mais procurados e usados como palco de lançamento de novas tendências, os festivais de verão são também uma das apostas da Pallas, não fosse a linha Kugu da marca uma das que melhor encaixa num look festivaleiro.

Durante a conversa com o Lifestyle ao Minuto, Carolina contou-nos em exclusivo que a marca vai estar presente num dos maiores festivais de verão de Portugal: o NOS Alive.

“Hoje em dia, os festivais além do próprio festival, define-se uma linha de moda, uma estilo. É uma passerelle, como acontece no Coachella. E este ano, aqui, vai ser a mesma coisa”, garantiu-nos Carolina.

Clique nas imagens acima e fique a conhecer algumas das peças da Pallas.