Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 16º MÁX 26º

Viagem ao interior da fábrica de chocolate da Arcádia

Com mais de 80 anos de história, esta marca portuense já chegou a vários pontos do país.

Notícias ao Minuto

09:00 - 01/05/16 por Vânia Marinho

Lifestyle Visitas

Na fábrica da Arcádia são produzidas cerca de 60 toneladas de chocolate por ano, mas quase nada mudou na produção. A produção das drageias de licor Bonjour foi partilhada com todos os que visitaram a loja pela altura da Páscoa, mas decidimos ir mais além e conhecer o interior da fábrica que normalmente não está aberta a visitas.

O Lifestyle ao Minuto foi ao Porto conhecer o que está por trás desta marca nacional que apesar do sucesso mantém, quanto possível, as receitas e os métodos tradicionais – da altura do fundador Manuel Pereira Bastos.

Quem entra na loja no número 63 da Rua do Almada não imagina que as portas de madeira ao fundo vão dar para um mundo de chocolate.

Margarida Bastos, que com o seu irmão João Bastos tomou conta do negócio que o seu avô fundou em 1933, é quem nos faz a visita guiada pela fábrica dos chocolates Arcádia.

Já nos tínhamos deliciado ao ver os chocolates expostos nas montras da loja mas mal Margarida avança e abre as portas de madeira o aroma do chocolate atinge-nos com toda a força – e que aroma delicioso!

Passamos a sala das degustações, agora só realizadas através de marcação prévia, e começamos logo a ver umas fontes de chocolate negro, leite e preto.

Margarida explica-nos que recebem uma pasta de cacau vinda da Bélgica, com cacau de várias origens, que depois é derretida em banho maria para que lhe sejam misturados os ingredientes especiais que dão origem às receitas secretas dos chocolates Arcádia, depois disso o chocolate é arrefecido até uma temperatura de cerca de 28º - é arrefecida em máquinas temperadoras que agora usam para os bombons feitos em moldes, ou à mão num banho de gelo (chocolate fica num recipiente sobre água e gelo enquanto é arrefecida até atingir a tempera do chocolate) - ainda usado para o bombons com frutos secos ou licores, recheados, por exemplo ou nas cascas de laranja banhadas.

Um pequeno frenesim de pessoas que de um lado para o outro passam com moldes, os enchem com chocolate e os colocam na mesa para depois os levar a arrefecer.

Nesta e numa segunda fábrica em Grijó a Arcádia emprega cerca de 40 pessoas que todo o ano produzem bombons, amêndoas e alguma pastelaria (como Pão de Ló ou macarons).

Ainda antes de mais explicações, notamos duas funcionárias que banham umas bolinhas castanhas uma a uma numa panela cheia de chocolate – são os “bombons banhados”, como explica Margarida.

Primeiro, de véspera, é feito um recheio em bolinhas – cujos ingredientes não são revelados – que depois são mergulhadas uma a uma numa cobertura de chocolate. No final são postas num tabuleiro já banhadas e decoradas com uns fios de chocolate, também feitos à mão.

O processo é demorado, pode demorar mesmo umas horas até esvaziar a panela do recheio, mas o resultado e o sabor comprovam que vale a pena.

No final tivemos ainda a oportunidade de ir ao piso superior da loja e ver as ‘bordadeiras’ que já começaram a pintar à mão e uma a uma as drageias de licor Bounjour para a Páscoa do próximo ano. Fantástico, não?

Margarida Bastos, que antes foi enfermeira, fala com um brilho nos olhos dos tempos do avó e de quando vinha ajudar na loja.

Recorda com orgulho os comentários de clientes que reconhecem a marca há décadas: “Tivemos um senhor que quando abrimos a primeira loja em Lisboa, na avenida de Roma, nos veio dizer que foi com uma caixa de chocolates Arcádia que conquistou a sua mulher” e destaca que muitas pessoas que tinham familiares que vinham ao Porto se lembram de receber os chocolates ou as amêndoas Arcádia.

Admite que nem sempre é fácil manter um negócio de chocolate tradicional e artesanal, principalmente pelos chocolates disponibilizados nas grandes superfícies – “outro tipo de chocolate com o qual não podemos competir”.

“Temos feito um esforço enorme, muitas vezes com custos elevados, para manter a qualidade dos nosso produtos”, mas talvez por “tentarmos manter a tradição e o método de fabrico o mais artesanal possível, ao longo dos anos, o consumido habituou-se a reconhecer realmente e a associar a Arcádia à qualidade e à confiança”, sublinha Margarida.  

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório