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La Fabbrica: Gelados ou regresso ao passado?
Perto do Arco do Cego há uma gelataria que é também uma fábrica e ainda um museu. Fomos saber mais e contamos-lhe tudo.
© DR
Lifestyle Espaço
A antiga fábrica de gelados da Avenida de Berna, com mais de 80 anos, ‘ressuscitou’ numa nova morada. Agora numa pequena gelataria no número 14 da Rua Dona Filipa de Vilhena mora a mesma receita de 1933, as máquinas com outros tantos anos e os gelados que são puro sabor dos seus ingredientes.
Ângelo Arcangelo Sala, que andou pela fábrica de gelados (e trabalhou) desde que se lembra de existir, aprendeu a receita de gelados que o seu avô trouxe de Itália para Portugal em 1933 - quando começou a produzir gelados e a vendê-los na rua em carrinhos, as Venezianas - e dá-lhe agora vida todos os dias em 12 sabores – entre eles amêndoa, limão, chocolate, baunilha, morango, stracciatella, avelã, caramelo, café ou pistácio, desde 2,30 euros.
O nome La Fabbrica surgiu em homenagem à fábrica de gelados da Veneziana (loja de gelados que ainda existe nos Restauradores e que é dos primos de Ângelo) que como não tinha nenhuma publicidade era conhecida por ‘a fábrica’, conta Ângelo.
É um espaço pequeno mas acolhedor, com uma esplanada e com alguns lugares no interior onde se podem ver as máquinas de fazer gelados antigas e as fotografias de família e desta tradição dos gelados.
Esta é também uma oficina onde, com sorte, se apanha Ângelo a meio de uma confeção e sempre disponível para explicar tudo sobre a sua paixão, os gelados. Entre as curiosidades a diferença entre gelados e sorvetes (os primeiros feitos a partir de uma base de leite, ovos e açúcar; os segundos, de fruta e água).
“Sou eu que faço tudo, desde torrar as amêndoas e avelãs para o gelado até à preparação da fruta”, sublinha Ângelo com orgulho enquanto nos dá a provar os seus gelados.
"Estes são os sabores de antigamente. Não uso aromas, nem preparados instantâneos". Os gelados são de produção artesanal – ou melhor, arcaica, como sublinha Ângelo ao Lifestyle ao Minuto. Isto porque, como conta, não são usados qualquer tipos de pastas de sabor, adensantes, nem corantes ou conservantes e também não é injetado qualquer tipo de ar ou água para dar volume ao gelado.
Entre as surpresas pode, além dos gelados - que são densos e cheios de sabor, não sendo doces demais e que demoram a derreter como ainda não tínhamos visto – provar um spaghetti de gelado à bolonhesa (5,50 euros), brownie caseiro ou bolacha trevo (género de waffle), a partir de dois euros.
Pode ainda encomendar bolo de gelado (nas formas originais de 1933), as antigas Cassatas Sicilianas - uma meia esfera de gelado, com bolo de amêndoa moída e frutas cristalizadas envolvidas em natas, por 19 euros.
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