Tosse, febre, dores de cabeça e perda de peso. Estes sintomas que se prolongaram durante meses levaram um homem de 41 ao médico e o diagnóstico não tardou a chegar: tumores nos pulmões, fígado, glândulas supra-renais, nódulos linfáticos e outros pontos do seu corpo.
Tinha tudo para ser cancro, mas não era. Passados dois anos das primeiras biopsias, una análise ao ADN do paciente (cuja identidade não se conhece, sabe-se apenas que era colombiano e padecia de Sida) fez com que os investigadores do Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos descobrissem algo inesperado: as células que acreditavam serem cancerígenas humanas eram, na verdade, células cancerígenas provocadas por um parasita e que se comportavam de forma incomum.
O cancro transmitido por parasitas é comuns entre cães, ameijoas e demónios da Tasmânia, mas jamais se tinha verificado essa situação numa pessoa. Aconteceu agora e já foi reportada num artigo publicado esta quinta-feira no New England Journal of Medicine, conta o site Science News.
O parasita encontrado nas células dos tumores tem como nome científico Hymenolepis nana.
De acordo com os investigadores, o paciente terá ingerido comida contaminada com ovos deste parasita, que se aproveitou sua condição debilitada (devido ao enfraquecimento do sistema imunológico, provocado pela Sida) para se multiplicar e invadir partes do corpo, dando origem a células cancerígenas incomuns.
