Os socialistas quiseram, a todo o custo, evitar os cortes de 4,7 milhões de euros acordados entre o Governo e a troika, no âmbito da reforma do Estado, que implicam despedimentos na Função Pública, cortes nas pensões e redução dos salários. O salário mínimo também esteve na origem das divergências, visto que o PS defendia um aumento do valor actual. Contudo, o partido dirigido por Pedro Passos Coelho insistiu em cumprir o acordado com a troika.
O PS também se manteve irredutível na oposição às privatizações das Águas de Portugal, RTP e Caixa Geral de Depósitos, adiantando que a TAP poderia ser um operador aéreo lusófono.
Outro ponto, aponta o JN, que serviu de base para a falta de acordo nestas negociações, foi a revisão fiscal. É que o Governo quer rever o IRC, IRS, IVA e a fiscalidade verde, mas o PS quer mesmo reduções no IRC e no IVA, imposto que, segundo António José Seguro, deveria passar para os 13% no sector da restauração.
No que toca às eleições antecipadas, o PS quer que se realizem no mesmo dia das europeias, alegando que permitiria poupar dinheiro aos contribuintes.
Neste ponto a oposição até admitiu ceder. O PSD e o CDS falaram na possibilidade de antecipar o calendário eleitoral das legislativas (previsto para o Outono de 2015), mas só aceitavam a realização de legislativas após a aprovação do Orçamento do Estado de 2015, que só se realiza no final do próximo ano.