A incerteza política fez os juros cobrados a Portugal para emitir dívida disparar de 1,2% para 1,7%, em apenas dois meses, aponta hoje o jornal Sol, que adianta que, por causa da crise política das duas últimas semanas, o Estado português já teve de pagar uma factura de seis milhões de euros, precisamente o custo extraordinário que vai ter de ser pago pelos contribuintes portugueses, depois da subida das taxas da emissão de dívida desta semana.
Recorde-se que na quarta-feira Portugal regressou aos mercados, onde vendeu 1,2 mil milhões de euros em títulos de dívida pública a um ano, com os investidores a exigirem um juro de 1,72%, uma taxa bem superior ao juro de 1,23% cobrado pelo mercado em Maio.
O semanário Sol fez as contas e conclui que Portugal vai ter de pagar 20,6 milhões de euros em juros pela operação desta semana, face ao encargo de 14,6 milhões de euros em juros para arrecadar o mesmo montante há dois meses. No final, a penalização dos mercados à instabilidade política portuguesa vai custar assim aos contribuintes cerca de seis milhões de euros extra.