Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

Menor recessão não trava perda de 222 mil empregos em 2013

O Banco de Portugal (BdP) prevê uma recessão menos profunda este ano, de 2% em vez de 2,3%, mas isso não impede a destruição de cerca de 222 mil postos de trabalho, o equivalente a 4,8% do emprego.

Menor recessão não trava perda de 222 mil empregos em 2013
Notícias ao Minuto

20:37 - 16/07/13 por Lusa

Economia Banco de Portugal

No Boletim Económico de Verão, hoje divulgado, a instituição liderada por Carlos Costa antecipa que a economia portuguesa destrua mais 4,8% do emprego este ano e que, em 2014, haja uma redução adicional do emprego de 1,3%.

Em termos absolutos, e tendo como base os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), uma queda de 4,8% do emprego representa menos cerca de 222 mil postos em 2013, caindo a população empregada para os 4,41 milhões.

Para 2014, o BdP calcula uma contração de 1,3% do emprego, que equivale a menos 57,36 mil postos de trabalho, caindo a população empregada para os 4,36 milhões de pessoas no próximo ano.

Eis as principais previsões apresentadas hoje pelo BdP:

PIB

O banco central melhorou as previsões do crescimento para 2013 em 0,3 pontos percentuais, antecipando uma contração de 2% e não de 2,3%, mas piorou em 0,8 pontos percentuais as de 2014, esperando que a economia cresça apenas 0,3% e não 1,1%, em resultado de "uma forte queda da procura interna e um aumento significativo das exportações".

Esta previsão de crescimento de 0,3% do produto em 2014 é mais pessimista do que a da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), que aponta para um crescimento de 0,6% no próximo ano, segundo os documentos da sétima avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), divulgados em junho.

No entanto, a previsão do Banco de Portugal é ligeiramente mais otimista do que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que calcula que o PIB português cresça 0,2% em 2014.

Consumo

Os níveis de consumo dos portugueses deverão situar-se, em 2014, "em níveis próximos dos observados em 1999", refere o BdP, estimando uma contração do consumo privado de 3,4% este ano e de 1,4% no próximo.

A queda do consumo privado em 2013 reflete "o impacto das medidas de consolidação orçamental, nomeadamente ao nível da tributação direta, bem como a redução das remunerações no setor privado, num contexto de queda acentuada do emprego".

Quanto a 2014, o banco central justifica a estimativa de queda de 1,4% no consumo privado com "uma redução adicional do rendimento disponível real, embora de menor magnitude".

Investimento

As projeções do BdP apontam para uma queda de 8,9% na formação bruta de capital fixo este ano, a que se deverá seguir um crescimento de 1,1% no próximo ano.

Olhando apenas para a componente empresarial do investimento, antecipa-se uma contração de 8% este ano, depois de em 2012 ter registado uma redução de 12,9%. Para 2014, a previsão aponta para um crescimento de 1,7% neste indicador.

Em termos acumulados, a contração do investimento empresarial entre 2009 e 2013 "deverá ascender a cerca de 35%, com implicações sobre o 'stock' de capital, podendo dificultar a incorporação de inovação tecnológica e, por conseguinte, afetar o produto potencial".

Exportações e Importações

As exportações deverão crescer 4,7% este ano, o que decorre num contexto de "virtual estagnação da procura externa dirigida à economia portuguesa" e de "ganho de quota de mercado significativo" projetado para este ano.

Para este desempenho contribuem "de forma assinalável" as exportações de bens energéticos.

Para 2014, a estimativa indica que as exportações acelerem o ritmo de crescimento, com um aumento de 5,5%, "o que implica a continuação de ganhos de quota de mercado, embora numa magnitude muito inferior" à estimada para este ano.

No caso das importações, estas deverão cair em termos reais 1,7% este ano e aumentar 2,1% no próximo ano.

Saldo externo

A instituição liderada por Carlos Costa calcula que Portugal melhore o saldo com o exterior para os 4,5% este ano e para os 6,4% no próximo, devido à "melhora significativa da balança de bens e serviços", que deverá apresentar um excedente de 3,0% este ano e de 4,9% em 2014.

Estes números - refere o banco central - são fruto da "manutenção do dinamismo das exportações, a par de uma redução significativa das importações".

Inflação e salários

A taxa de inflação, que em 2012 foi de 2,8%, deverá cair em 2013 e 2014 para valores inferiores a 1%: este ano deverá ficar nos 0,4%, subindo ligeiramente no próximo ano para os 0,8%.

As projeções da inflação para o período de 2013 e 2014 refletem a queda da componente energética no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), sobretudo devido à descida do preço do petróleo em euros.

Relativamente aos salários, o Banco de Portugal antecipa que a moderação salarial se mantenha, em resultado da contração da procura interna e da deterioração das condições no mercado de trabalho: os custos unitários do trabalho no setor privado deverão recuar 3% este ano e 0,4% em 2014.

Riscos e Incertezas

O BdP considera que as projeções para a economia portuguesa são marcadas por uma "incerteza particularmente elevada", devido "aos recentes desenvolvimentos internos" e também às exigências decorrentes do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF)

A instituição liderada por Carlos Costa refere que, "num contexto de elevada incerteza, os riscos em torno da projeção para a atividade económica são equilibrados para 2013 e descendentes para 2014".

Para o Banco de Portugal, "estes riscos decorrem tanto da possibilidade das medidas orçamentais anunciadas induzirem uma maior contração do consumo privado do que a projetada, como da eventualidade de uma evolução menos favorável das exportações".

Assim, a instituição alerta que há uma probabilidade de 59% em 2014 de o crescimento do PIB ser inferior ao projetado, sendo que o banco central antecipa um crescimento de 0,3% no próximo ano.

No caso da inflação, há uma probabilidade de 55% em 2013 e de 54% em 2014 de a taxa ser mais baixa do que o estimado, sendo que se prevê que atinja os 0,4% este ano e os 0,8% no próximo.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório