Antes de qualquer comentário à instabilidade que Portugal atravessa, depois do pedido de demissão do ministros dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, ou de um possível adiamento da deslocação ao País para a oitava avaliação ao programa de ajustamento, as instituições que compõem a troika (BCE, Comissão Europeia e FMI) defendem uma rápida clarificação da situação política, no sentido de assegurar a manutenção do rumo seguido até agora.
Para a troika existe, portanto, apenas uma única solução, revela o Diário Económico: assegurar um Governo com capacidade para continuar a cumprir os objectivos do memorando.
“Portugal terá de cumprir os objectivos, incluindo obviamente a reforma do Estado”, afirma uma fonte comunitária, recordando que o memorando de entendimento foi assinado pelos três partidos do arco da governação, PSD, PS e CDS.
Ainda de acordo com o Diário Económico, a troika terá transmitido ao CDS que um simples acordo de incidência parlamentar não é suficiente face aos desafios que serão impostos com o Orçamento do Estado para 2014. Pelo que, é previsível que os credores internacionais não dêem ‘luz verde’ a uma solução deste tipo.
Saliente-se que, a crise espoletada pela demissão de Paulo Portas levou à maior queda da bolsa portuguesa desde Abril de 2010 e a uma subida abrupta dos juros da dívida, que atingiu valores acima dos 7,4% na maturidade a dez anos. Facto que condiciona ainda mais o regresso de Portugal aos mercados, que já não era garantido.