Em declarações ao Diário de Notícias, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, admite que os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente estão tecnicamente falidos.
“É uma situação que vem desde 2012, com uma dívida de 300 milhões de euros, e à qual se junta a existência de capitais próprios negativos”, disse Carlos Martins ao mesmo jornal. “Tecnicamente o centro hospitalar está falido, e devemos mais de 200 milhões de euros a fornecedores e 40 milhões ao Estado”, destacou.
Carlos Martins tem em cima da mesa a possibilidade de reduzir em 40% as chefias e fundir os serviços dos dois hospitais. O presidente do CHLN garante que não haverá despedimentos, mas diz que a fusão entre as duas unidades hospitalares irá permitir uma redução nos serviços de Farmácia, Cardiologia, Cirurgia geral, Vascular e Otorrino.
Os 300 milhões em dívida nestes dois hospitais representam “a mesma verba” que o Estado tem que pagar a estas unidades por contrato. “Assim, se nos pagassem e nós pagássemos aos fornecedores, ficávamos sem dinheiro para funcionar”, admitiu Carlos Martins.
Apesar da falência, o administrador garante que “o funcionamento não está em causa”. “Não queremos ter problemas de disponibilização de fármacos, consultas ou cirurgias. E não deixaremos de pagar vencimentos e remunerações”.