"Álgebra orçamental destrói o País e acelera morte de muitas pessoas"

O ex-ministro das Finanças Bagão Félix alerta que a reforma do Estado não é um conjunto de cortes e avisa que a actual “álgebra orçamental destrói o País, no ânimo, na esperança, e provavelmente acelerará a morte de muitas pessoas”. Na SIC Notícias, Bagão Félix aponta ainda que “o País está à beira do precipício e exige-se de todos um grande patriotismo”.

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Eudora Ribeiro
23/05/2013 05:45 ‧ 23/05/2013 por Eudora Ribeiro

Economia

Bagão

É preciso ter cuidado com a actual “álgebra orçamental”, baseada em sucessivos cortes anunciados “aos soluços”, como a chamada TSU dos pensionistas, que é, aos olhos de Bagão Félix, “uma hecatombe sobre pessoas que já não têm possibilidade de inverter a sua situação”. O ex-ministro das Finanças deixou uma série de alertas na SIC Notícias, esta quarta-feira à noite.

“A reforma do Estado não é um conjunto de cortes orçamentais e esta álgebra orçamental destrói o País, destrói o País no ânimo, na esperança, provavelmente acelerará a morte de muitas pessoas”, apontou Bagão Félix, frisando que, por oposição, “a política é a procura do bem comum e o cuidado com o próximo”.

Sobre a taxa sobre os pensionistas, que tanto tem dado que falar, o ex-ministro afirma que “é uma hecatombe sobre pessoas que já não têm possibilidade de inverter a sua situação”.

“Os pensionistas são pessoas dos 65 anos aos 100 anos. Mas não falamos apenas de pensões de velhice, mas também de invalidez, viuvez e orfandade”, indica Bagão Félix, frisando que são sobretudo “pessoas que não têm voz, não fazem greve”, e defendendo que “reformados e pensionistas devem estar no fim da linha e não no princípio” quando se pensa em cortes.

Na SIC Notícias, o ex-ministro criticou também o facto de o Governo anunciar “tudo aos soluços”. “Num dia é a taxa de solidariedade, depois é a taxa sobre os pensionistas, depois é a taxa sobre as pensões só em ultimo recurso, hoje a questão da ADSE. Por que é que não anunciam tudo ao mesmo tempo?”, pergunta Bagão Félix.

Questionado sobre como é que Portugal pode ser visto pelo ministro das Finanças alemão como um caso de sucesso, Bagão Félix responde que “o nosso caso pode ser sucesso para o ministro Schäuble mas para estas pessoas [alvo dos sucessivos cortes] é um caso de receio, angústia”.

O ex-ministro explicou que o ministro Schäuble “olha para uma série de quadros” de indicadores e até “há aspectos que são positivos, como uma redução estrutural do défice”. Contudo, considera que “devia haver algum cuidado com as palavras” e frisa que “a palavra sucesso é muito forte” face à actual situação de Portugal.

Hoje o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, elogiou os progressos de Portugal no processo de consolidação. "Quando na Alemanha abordamos as políticas de combate à chamada crise europeia falamos sempre da história de sucesso de Portugal. Estamos muito confiantes e não há nenhum problema", apontou o governante.

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