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BCE deverá manter taxas inalteradas na próxima reunião

O Banco Central Europeu (BCE) deverá manter inalteradas as decisões de política monetária e o discurso na reunião de quinta-feira, de acordo com a opinião generalizada dos analistas contactados pela agência Lusa.

BCE deverá manter taxas inalteradas na próxima reunião
Notícias ao Minuto

12:09 - 18/01/17 por Lusa

Economia Analistas

A reunião realiza-se na sede da instituição, em Frankfurt, seguida da habitual conferência de imprensa.

De acordo com o economista chefe do Montepio Geral, Rui Bernardes Serra, depois de na reunião anterior o BCE ter estendido por mais nove meses o programa de compra de dívida e de ter anunciado que, a partir de março, o ritmo de compras mensais será reduzido, aponta-se agora para "uma manutenção das taxas de juro e do essencial do programa".

O presidente do BCE, Mario Draghi deverá sinalizar o seu compromisso em atingir o objetivo de 2% para a inflação e que continuará com uma política extremamente expansionista, referindo que, ao contrário do que alguns economistas alemães vieram defender, após a forte aceleração da inflação daquele país em dezembro, não pretende efetuar subidas de taxas este ano e no próximo.

Rui Bernardes Serra aponta apenas para o início de 2019 o início de um ciclo de subida da taxa de juro diretora.

A mesma opinião é partilhada pelo economista-chefe do Santander Totta, Rui Constantino: "o BCE deve fazer uma gestão verbal da política, até obter nova informação, que permita reavaliar a política (possivelmente em março, com as novas previsões de crescimento e inflação)".

De qualquer modo, refere, "e do ponto de vista da política convencional, as taxas de juro deverão permanecer em níveis baixos durante um período de tempo prolongado, além do final do programa, em dezembro de 2017".

Segundo a analista financeira do banco BPI, Teresa Gil Pinheiro, que também acredita que a instituição liderada por Mario Draghi opte na quinta-feira por manter inalteradas as suas decisões de política monetária, o BCE "preferirá que os sinais de melhoria da atividade económica, incluindo preços, que se têm observado, se consolidem antes de alterar a sua postura no que concerne ao atual cariz acomodatício da sua política".

Também o economista do Banco Carregosa, Rui Bárbara, diz "não esperar novidades", depois da distensão do programa de compra de ativos (que reduziu o montante das compras de 80 para 60 milhões de euros e prolongou o programa que deveria terminar em março até ao final de 2017).

"É verdade que já surgiram os primeiros sinais de inflação, principalmente na Alemanha, das matérias-primas haveria de provocar a subida de outros preços. Acho que Draghi vai manter o discurso e mais não fará do que retórica", disse à Lusa o economista.

O gestor da corretora XTB, Nuno Mello, lembrou, a propósito, que na última reunião de dezembro Mario Draghi disse que o cenário para um regresso sustentável ao objetivo de inflação se mantinha estável e que os receios em torno da deflação se tinham dissipado.

"A primeira reunião de 2017 acontece num ambiente de recuperação económica ainda frágil, mas com sinais de ligeira recuperação inflacionista", disse o economista, referindo que as expectativas de inflação de consumo voltaram a subir pela segunda vez consecutiva, para níveis de finais de 2013.

O índice de preços do consumidor, referente ao mês de dezembro, também saiu acima do esperado nos 1,10%, lembrou.

Assim, conclui, não será de esperar qualquer alteração ao que já foi delineado pelo banco central, "pelo contrário, os primeiros sinais inflacionistas poderão levar a uma alteração no discurso dos membros que na última reunião preconizavam uma extensão do programa de compra de dívida por mais 12 meses".

Também para Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, apesar dos recentes números de inflação na zona euro mostrarem algum crescimento, "é necessário que este crescimento se mostre consistente".

"Também é preciso notar que o crescimento dos salários na zona euro é ainda muito modesto", sinalizou a gestora, referindo que neste cenário, será de esperar que "o BCE mantenha inalterada a política e o discurso se mantenha suportativo".

Igualmente para Franck Dixmier, da Allianz Global Investors (AllianzGI), "a dinâmica de crescimento positiva evidenciada pelos indicadores de referência é insuficiente para a infletir significativamente; em particular, a anemia na criação de emprego não permite gerar uma subida substantiva nos salários suficiente para aumentar a inflação-base."

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