Estabilidade financeira do Reino Unido depende de saída clara e ordenada
O Banco de Inglaterra avisou hoje que a estabilidade financeira do Reino Unido depende de uma saída clara e ordenada do país da União Europeia (UE).
© Reuters
Economia BoE
No relatório sobre estabilidade financeira, o Banco de Inglaterra (BoE nas siglas em inglês), sublinha que as perspetivas para o país "continuam a ser difíceis" e os riscos "elevados" depois da votação favorável ao Brexit no referendo de 23 de junho.
"Vai levar tempo a clarificar a nova relação do Reino Unido com a UE e o resto do mundo, bem como para a economia se adaptar a estas mudanças", afirmou Carney.
"A ordem deste ajustamento vai ter influência no risco para a estabilidade financeira", disse.
O relatório pormenoriza os riscos específicos para o setor financeiro, que se veria prejudicado se, como resultado da nova relação com a UE, se lhe forem exigidos muitas mudanças operativas "em pouco tempo" e avisa de que poderia diminuir "os serviços oferecidos à economia real europeia", o que por sua vez se repercutiria na economia britânica.
O Banco de Inglaterra, que depois do referendo desceu as taxas de juro para o mínimo histórico de 0,25% e aumentou o programa de expansão quantitativa, considera que a economia do Reino Unido resistiu bem até agora ao impacto da votação.
O PIB, que se prevê que cresça 2,1% este ano, continuou a aumentar apesar da desvalorização de 18% da libra esterlina, da descida do investimento e dos preços da propriedade comercial.
Contudo, o BoE reconhece que o investimento estrangeiro é a chave para poder financiar o avultado défice da conta corrente do Estado britânico, que se situa em torno de 5,9% do PIB e se estima que continuará a aumentar nos próximos anos devido 'Brexit'.
Outros riscos para a economia do país, baseada na procura, são o aumento da dívida das famílias, a incerteza no mercado imobiliário e a fragilidade dos mercados financeiros, refere o relatório.
Além do relatório de estabilidade, o BoE apresentou os resultados dos terceiros testes anuais ao setor bancário e revelou que o semi-nacionalizado Royal Bank of Scotland (RBS) falhou os testes de 'stress'.
Nestes testes de 'stress' feitos pelo BoE, dirigido pelo canadiano Mark Carney, o RBS, resgatado em 2008 e no qual o Estado ainda tem uma participação de 73% do capital, falhou e o Barclays e o Standard Chartered superaram, mas com pouca margem.
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