As saídas de Paulo Braga Lino, secretário de Estado da Defesa, e Juvenal da Silva Peneda, secretário de Estado da Administração Interna, devem-se à alegada autorização que terão dado, enquanto administradores da Metro do Porto entre 2006 e 2011 e 2004 e 2008, respectivamente, a produtos derivados de cobertura de risco, os chamados ‘swaps’.
Estes instrumentos financeiros começaram a ser utilizados pelas empresas do Estado a partir de 2008, quando as taxas Euribor dispararam para 4% e permitiram proteger os créditos dessa escalada de juros. Mas, quando as taxas começaram a chegar aos mínimos, o eventual buraco nas contas públicas começou a ser temido. Segundo o Público, os 15 ‘swaps’ da Metro do Porto, contratados entre 2003 e 2009, totalizavam até Setembro do ano passado perdas potenciais de 832,4 milhões de euros.
O Ministério das Finanças não confirmou oficialmente esta informação, contudo, segundo apurou o Diário Económico, as saídas dos dois secretários de Estado devem-se a estas irregularidades, pelo que, acrescenta o jornal, o caso poderá seguir agora para o Ministério Público.
Ainda de acordo com o Diário Económico, também terá sido analisado o envolvimento do secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa, devido à sua ligação à empresa entre 2008 e 2011. Porém, e uma vez que era apenas administrador não-executivo, não terá tido qualquer responsabilidade.
A remodelação dos dois governantes, avançada ontem (domingo), deverá ser oficializada esta segunda-feira, sendo que, segundo avança o jornal Público, a pasta da Defesa deverá ser ocupada por Berta Cabral, ex-candidata do PSD ao Governo Regional dos Açores.