Conhecido por muitos como a ‘Bíblia das políticas de austeridade’, o estudo ‘Growth in a time of debt’ [Crescimento em tempo de dívida], que continha um erro devido a problemas informáticos, foi citado várias vezes pela Comissão Europeia, justificando assim também o modelo adaptado para Portugal.
De acordo como Diário de Notícias, a Comissão Europeia dá a entender que, além de uma associação entre dívida e estagnação/recessão, a dívida alta condena as economias a longos períodos de baixo crescimento.
Por exemplo, o boletim da Primavera de 2012 faz uso do estudo dos dois economistas norte-americanos Reinhart e Rogoff (na fotografia),na seguinte afirmação: “No que respeita à dívida pública, os rácios da dívida no PIB da União Europeia e da Zona Euro aproximaram-se de 90%, o que nos estudos tem sido identificado como uma fronteira crucial a partir da qual o crescimento económico se reduz por longos períodos”.
No entanto, esta semana três outros economistas norte-americanos vieram contradizer as máximas da ‘Bíblia das políticas de austeridade’. O novo estudo ‘Does High Public Debt Consistensly Stiffle Economic Growth?’ garante que existem vários erros e omissões graves, entre eles um erro de Excel. Corrigidas as irregularidades, o crescimento médio seria de 2,2% e não de -0,1%, com está no outro estudo.
Os autores do estudo já vieram, entretanto, admitir o erro informático, mas refutam todas as outras críticas ao seu estudo, reiterando que existe de facto uma associação entre dívida e crescimento.