Na síntese de conjuntura económica hoje divulgada, os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) afirmam que é "mais provável para o segundo trimestre a observação de uma taxa de crescimento homólogo superior à registada no primeiro trimestre (0,8%)".

Os analistas do ISEG referem que o indicador de tendência da atividade global, que foi estimado com informação até ao final do primeiro trimestre, "apresentou um nível médio mais baixo no primeiro trimestre, a sugerir a desaceleração do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] ainda que não tanto quanto o estimado pelo INE [Instituto Nacional de Estatística]".

Sublinhando que tem "informação ainda muito escassa" sobre o segundo trimestre, o ISEG refere-se a uma "subida dos indicadores de confiança em abril" e adianta que, "no geral, espera-se que o consumo privado volte a manter uma taxa de crescimento relativamente alta".

No entanto, quanto ao investimento, os economistas do ISEG consideram que a sua evolução "permanece incerta" e, relativamente à evolução da procura externa, apontam também alguma incerteza "devido à componente extra União Europeia".

Ainda assim, afirmam que, "se a procura externa líquida não for tão penalizadora como foi no primeiro trimestre, o crescimento homólogo no segundo trimestre poderá ter um impulso significativo".

Quanto ao crescimento global do conjunto do ano, os analistas referem que esta previsão "será revista depois de publicada, pelo INE, a informação mais detalhada e quantificada sobre a evolução das componentes do PIB no primeiro trimestre", o que deverá acontecer no final deste mês.

A economia portuguesa cresceu 0,1% no primeiro trimestre deste ano face ao último trimestre de 2015 e avançou 0,8% em termos homólogos, de acordo com a estimativa rápida do INE, divulgada a 13 de maio.

Isto significa que a economia abrandou neste primeiro trimestre, não só face aos últimos três meses de 2015, quando o PIB avançou 0,2% em cadeia, mas também em termos homólogos, uma vez que entre janeiro e março do ano passado aumentou 1,7%.

Em termos homólogos, "a procura externa líquida registou um contributo mais negativo para a variação homóloga do PIB do que no trimestre anterior, refletindo a desaceleração das exportações de bens e serviços".

Por sua vez, a procura interna "manteve um contributo positivo, próximo do verificado no trimestre anterior, observando-se um crescimento mais intenso do consumo privado, enquanto o investimento desacelerou significativamente, refletindo a redução da Formação Bruta de Capital Fixo".