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Saída do BPI do BFA: "Até hoje não percebo por que não foi aceite"

O presidente do BPI disse que ainda hoje não compreende os motivos para a Santoro ter recusado a cisão dos ativos africanos, proposta pela administração para resolver o problema da exposição a Angola, considerando que ainda pode ser recuperada.

Saída do BPI do BFA: "Até hoje não percebo por que não foi aceite"
Notícias ao Minuto

16:55 - 29/04/16 por Lusa

Economia Fernando Ulrich

"Era uma ótima solução e poderá vir a ser se for recuperada. Se essa solução tivesse sido aprovada uma série de coisas não teriam acontecido, designadamente o decreto [lei] da blindagem [dos estatutos]", afirmou hoje o presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, em conferência de imprensa.

Para o responsável, a solução proposta pela administração do BPI em setembro do ano passado para cumprir as regras do Banco Central Europeu (BCE) relativas a Angola cumpre totalmente as preocupações da angolana Santoro (empresa de Isabel dos Santos e segunda maior acionista do BPI, com 18,58%).

A Santoro, no comunicado divulgado quando rompeu o acordo com o espanhol CaixaBank (maior acionista do BPI, com 44,10%), referia que o acordo não resolvia as suas preocupações quanto à proteção dos pequenos acionistas do banco e à necessidade de garantir a liquidez dos seus títulos e ainda quanto à dificuldade de exportação de capitais de Angola.

"Nessa solução [da cisão de ativos] não saía um cêntimo de Angola porque não havia que fazer pagamento de nada, ninguém comprava nada a ninguém. Até hoje não percebo por que não foi aceite e até já podia estar executada. Era o melhor para os acionistas minoritários do BPI e era o melhor para Angola", disse hoje Ulrich,

A cisão consistia em juntar numa nova empresa as participações do BPI em Angola e Moçambique, sendo essa empresa detida pelos mesmos acionistas do BPI.

O presidente do BPI disse ainda que vê mais duas soluções, além da cisão, que vão ao encontro das preocupações do acionista angolano, e que diz que também partilha, e que ao mesmo não prejudicariam os interesses do banco espanhol CaixaBank.

A segunda solução que antevê, explicou, passa pelo êxito da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, o que faria com que o banco espanhol passasse a consolidar o BPI e logo também o Banco de Fomento Angola (BFA).

O que acontece é que no BPI o angolano BFA tem um grande peso, mas com o BPI integrado no CaixaBank esse peso dilui-se, o que poderá levar o BCE a aceitar que o banco português mantenha os 50,1% no BFA sem obrigar a provisionar o total da exposição (ao BFA e à dívida angolana).

"É boa para acionistas minoritários que não aceitem vender na OPA e não implica a saída de nem um dólar de Angola", afirmou Ulrich.

Por fim, a terceira opção apontada é muito semelhante à que a imprensa referiu que estava em causa a 10 de abril, aquando do princípio de acordo entre CaixaBank e Santoro e que depois foi rompido.

Essa passará por a Santoro vender as ações que tem no BPI ao próprio BPI, recebendo em pagamento ações do BFA. Caso avance, o BPI depois cancelaria essas ações próprias, reduzindo o capital.

Nessa solução, a Santoro passaria a controlar o BFA em conjunto com a Unitel (ambas têm Isabel dos Santos como acionista de referência).

Depois de ter sido rompido o acordo entre CaixaBank e Santoro, o banco espanhol anunciou a intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o BPI, oferecendo 1,113 euros por cada ação do banco que não controla (55,9%).

No entanto, continua a manter-se a questão da excessiva exposição do banco a Angola (que se estima em 5.000 milhões de euros, entre a participação no BFA e a dívida soberana), que o BCE exige que seja resolvida.

O BCE considera Angola como um dos países que não tem uma regulação e supervisão equivalentes às da União Europeia, pelo que o BPI tem de reduzir a sua exposição ao mercado angolano.

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