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China, a grande potência mundial, é "um país a duas velocidades"

O presidente do Comité Académico dos Institutos de Estudos Internacionais de Shanghai considerou hoje em Lisboa que a China é uma grande potência mundial, mas que enfrenta internamente o desafio de ser também um país a duas velocidades.

China, a grande potência mundial, é "um país a duas velocidades"
Notícias ao Minuto

14:09 - 11/03/16 por Lusa

Economia Yang Jiemian

"A China é grande pelo tamanho do país, cultura, rapidez de desenvolvimento, mas é um país pequeno em termos de rendimento 'per capita', somos o 80.º no mundo, e pela qualidade das pessoas", disse Yang Jiemian na intervenção que fez esta manhã no Museu do Oriente, em Lisboa, com o tema 'A Diplomacia Chinesa desde o 18.º Congresso do Partido Comunista da China'.

Na intervenção, que passou em revista algumas das particularidades da diplomacia chinesa, Jiemian afirmou que "há dez anos a China conversava com os grandes poderes mundiais como os Estados Unidos ou a União Europeia, mas hoje já é uma diplomacia de um grande poder mundial, que pensa e se comporta como uma grande potência, com uma visão e governança global".

Os desafios, disse, são enormes, a começar pelos internos: "2020 devia ser o ano em que erradicamos a pobreza, o que significa que até lá, por mês, devia haver um milhão de pessoas a sair da pobreza; todos podem imaginar a dificuldade que isto representa", vincou, mesmo para a segunda maior economia do mundo, que manteve na última década taxas de crescimento anual sempre acima dos sete por cento, mas que enfrenta agora um abrandamento.

Não renegando as raízes "comunistas, marxistas e leninistas", o académico esforçou-se por mostar que existe uma evolução na liderança chinesa nas últimas décadas, argumentando que o partido comunista chinês "passou de um partido revolucionário para um partido de poder" e exemplificando que "o presidente da câmara fala como o presidente de Lisboa, em desenvolvimento, empregos, economia e melhoramentos na vida das pessoas".

Para Jiemian, "o socialismo chinês é diferente do europeu porque mantém as ideias de igualdade e justiça, a que se junta democracia, Estado de direito e a convicção no materialismo histórico e dialético".

A China, disse, tem uma linha de pensamento estratégico que extravasa os líderes, por isso "não existe a doutrina Bush ou a doutrina Obama como nos Estados Unidos, existe a ideia de que o mundo é um processo sempre em evolução, do pior para o melhor".

O presidente do Comité Académico dos Institutos de Estudos Internacionais de Shanghai disse ainda que, do ponto de vista da política diplomática chinesa, outra grande característica é a gestão entre os princípios e a prática.

"Gostamos de pensar nas coisas de forma geral, em princípios e regras, mas temos de saber diferenciar e gerir os princípios e a sua aplicabilidade", salientou.

"As soluções são sempre mais numerosas que os problemas", concluiu.

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