Os socialistas pedem nova documentação ao Banif, ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal, e pretendem também ter acesso ao primeiro plano de reestruturação, datado de novembro de 2012, preparado pelo consultor financeiro do Banif.
Da Comissão Europeia, os deputados do PS reclamam "todas as propostas de reestruturação e respetivas respostas" da direção-geral da Concorrência (DG Com).
"Toda a correspondência entre os vários intervenientes no processo do Banif, nomeadamente, Banco de Portugal, Governo, DG Com, BCE, comissários europeus e Conselho de Administração, inclusivamente e-mails e ofícios, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015", é também pedida pelo PS.
No total, são 16 as alíneas com vários pedidos que se juntam a uma série de documentos já requisitados há duas semanas em sede de comissão parlamentar.
As duas primeiras audições na Comissão Parlamentar de Inquérito à venda do Banif devem realizar-se a 22 de março, terça-feira, já depois de concluídos os trabalhos dos deputados em torno do Orçamento do Estado (OE) para 2016.
O "avaliar" do "comportamento da autoridade de supervisão financeira, o Banco de Portugal, sobre o caso Banif, é um dos objetivos da comissão parlamentar de inquérito, que hoje se reúne para definir calendários de audições e metodologias de trabalho.
O processo de venda, em dezembro de 2015, irá dominar os trabalhos para se proceder à "avaliação de riscos e alternativas" da decisão, "no interesse dos seus trabalhadores, dos depositantes, dos contribuintes e da estabilidade do sistema financeiro".
A 20 de dezembro o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.
A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, sendo que 1.766 milhões de euros saem diretamente do Estado e 489 milhões do Fundo de Resolução bancário, que consolida nas contas públicas.