Em declarações à agência Lusa, Ricardo Sousa contou que após conhecer o conceito das lavandarias "self-service" na capital britânica, disse a si próprio que seria capaz de introduzir em Portugal.

Encontrou um sócio e partiu para a ideia.

"Numa fase em que procurávamos o melhor lugar para instalar a nossa loja recebi a informação, ainda sigilosa, de que iria abrir um hipermercado em Matosinhos Sul. Encontrámos um espaço, 20 metros ao lado, onde nos instalámos, aproveitando a âncora que o surgimento daquela zona comercial iria constituir", disse.

Em setembro de 2013 foi então criado um espaço que ambos queriam que fosse "sinónimo de conforto e solução para famílias numerosas, para quem vivesse sozinho e para estudantes a residir fora de casa".

Seguindo-se o avanço para a fidelização dos clientes, uma "inspiração que surgiu do tempo dos videoclubes", criando-se um cartão que permitia "preços mais baratos e uma bonificação em cada carregamento", explicou o empresário, que não quis, tal como o sócio, abdicar de outras atividades profissionais, mas também não deixou de criar condições para expansão do negócio.

"Contratámos por isso alguém que passou a estar lá não apenas para dar informações aos clientes, mas que passou a pagar-se a si própria ao também engomar roupa", sublinhou Ricardo Sousa, sobre aquela que foi a segunda novidade introduzida no negócio e que, passado algum tempo "representava 70% da clientela da lavandaria" batizada com a designação Maresia Lavandaria Self-Service.

Também aqui a sorte foi um precioso auxiliar, contou à Lusa o empresário: "Encontrámos uma pessoa que estava no desemprego, que nos deu dicas necessárias e que, ao ser ativa e responsável, nos resolveu esse problema".

Seguiu-se, em dezembro de 2014, a abertura da segunda loja, em Rio Tinto, Gondomar, onde o decalque do projeto provou ter sido "um erro, dado o preço da água em Gondomar ser 45% mais caro do que em Matosinhos", mas onde a "adaptação necessária efetuada tem também permitido uma boa adesão de clientes".

Margarida Quinta, cliente há mais de um ano deste tipo de lavandarias, que entretanto multiplicaram pelo Grande Porto, testemunhou à Lusa as mais-valias alcançadas com este tipo de serviço, afirmando que lhe "simplificou muito a vida".

Já Ana Soares, da Lavamais, uma lavandaria nascida no Porto em 2014, explicou à Lusa que decorrido um mês sobre a abertura da primeira loja, "a necessidade de criar um hábito de utilização 'self service' foi ultrapassada com êxito" e os portuenses "facilmente aderiram ao novo conceito".

"Preferimos a secagem em vez da engomadoria", disse a responsável que afirma apresentar um serviço "virado para todo o tipo de clientes" e que, com isso, "esta é uma aposta que está a ser ganha".