"Se a TAP é um ativo estratégico então deve prestar serviço público"
O presidente da Câmara do Porto realça a indiferença da TAP face ao Porto e pede agora ao Governo que altere esta situação.
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Economia Rui Moreira
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, comentou esta segunda-feira o memorando assinado entre o Executivo e o consórcio Gateway, depois de António Costa ter chegado a acordo com David Neeleman e Humberto Pedrosa, garantindo 50% da empresa ao Estado.
Para Rui Moreira, deverá ser discutida a posição que a transportadora aérea tem no Porto. "Durante os últimos seis anos, o share da TAP no Porto baixou para metade, em Lisboa manteve-se, em Faro praticamente a TAP desapareceu. Aquilo que entendemos é que se a TAP quer ser um parceiro estratégico do país, é nessa medida que se justifica que o Estado invista na empresa e agora reassuma 50% das suas competências", explicou.
"Isso implica que a TAP continue a prestar um serviço público. Desse serviço público faz parte, naturalmente, para nós com muito interesse a questão do aeroporto Francisco Sá Carneiro que a TAP tem abandonado", adiantou.
Rui Moreira revelou ainda que "o aeroporto do Porto é estrategicamente importante" por ser "o aeroporto que mais tem crescido em Portugal".
"Aquilo que o Governo disse e quero acreditar no Sr. primeiro-ministro é que a razão fundamental para o Governo reassumir 50% é porque quer que haja um hub [plataforma giratória de uma companhia aérea, onde existe um grande número de ligações diretas a grandes cidades] no Porto. Portanto, a primeira condição para que haja um hub no Porto é não perdermos aquilo que temos. Para isso, é preciso um sinal, dando ordens à administração da TAP para que não sejam interrompidas as ligações a Roma, Milão (Itália), Bruxelas (Bélgica) e Barcelona (Espanha), ou o voo noturno de Gatwick (Londres, Inglaterra). O que é importante é saber que se mantêm as ligações do Porto", sublinhou.
Rui Moreira disse ainda que relativamente à TAP não mistura questões político-partidárias. "Nós saudamos que o Governo entenda que a TAP é uma companhia estratégica para Portugal, que deve prestar um serviço público mas a todo o território. Aquilo que pretendemos é que esta região [Porto] e aeroporto sejam bem servidos pela TAP. Se é um ativo estratégico, se vamos pagar a TAP com os nossos impostos, então ela deve prestar um serviço público".
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