Moçambique deverá tomar medidas adicionais para estabilizar, diz BPI
O gabinete de estudos económicos do banco BPI considera que o banco central de Moçambique vai ser obrigado a tomar medidas adicionais para repor a estabilidade da taxa de câmbio, no seguimento da forte desvalorização do metical.
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Economia Estudo
"Acreditamos que o banco central vai ter de adotar medidas adicionais para repor a estabilidade da taxa de câmbio", escrevem os analistas do BPI numa análise a várias economias africanas, entre as quais Moçambique.
De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, o crescimento económico do país deverá acelerar para 6,5% este ano, "apoiado pela atividade nos megaprojetos, em particular no gás natural liquefeito e nos projetos de carvão".
Na análise sobre a perspetiva da economia para este ano, que deverá crescer cerca de 7%, o BPI escreve que o défice da balança corrente deve agravar-se ainda mais por causa dos preços baixos das matérias-primas e do aumento das importações para a atividade dos megaprojetos, mas sublinha que isso não é um risco significativo em si mesmo "dado que uma grande parte do défice é financiado pelo investimento direto estrangeiro e pelo financiamento do setor privado".
Mais importante, consideram, são os efeitos da desvalorização da moeda, que caiu 40% o ano passado, nas taxas de inflação para este ano, "o que deverá obrigar o banco central a tomar medidas adicionais para evitar que as taxas de inflação atinjam níveis excessivos".
Para além da subida da inflação, um metical fraco teria também um impacto negativo no peso da dívida externa, que já subiu consideravelmente nos últimos anos, e ao mesmo tempo criaria um problema para as empresas, ao aumentar os custos de importação.
Moçambique, concluem, "vai continuar vulnerável ao exterior, em particular à queda no preço das mat´rias-primas, o que pode ter um impacto direto nas receitas externas e fiscais, e ameaçar as decisões de investimentos" das grandes multinacionais, nomeadamente no setor do carvão, "que de acordo com o FMI pode tirar 0,5 pontos percentuais ao crescimento económico de 2016 se os preços do carvão continuarem a descer".
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