"Este não é o orçamento do PCP, mas o orçamento do Governo do PS"
O secretário-geral comunista afirmou hoje que o Orçamento não é do PCP, mas do Governo PS, destacando um conjunto de "medidas positivas" pelas quais o partido se bateu, sem ilusões quanto às "limitações e insuficiências da proposta".
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Economia Jerónimo de Sousa
Num comício nos Bombeiros Voluntários de Sacavém, concelho de Loures, Jerónimo de Sousa fez uma "primeira e limitada abordagem" ao Orçamento do Estado para 2016 que hoje foi entregue e apresentado, destacando um conjunto de "medidas positivas", mas deixando uma certeza: "não iludimos limitações e insuficiências da proposta apresentada pelo Governo".
"Agora, vamos trabalhar de forma empenhada e séria, durante todo o processo, que agora se abre de debate para que o orçamento possa corresponder o melhor possível a essas aspirações e expectativas, sabendo que este não é o orçamento do PCP, mas o orçamento do Governo do PS", assegurou.
Apesar de serem "elementos positivos", que concretizam a posição conjunta estabelecida entre o PCP e PS ou a propostas entretanto avançadas pelo PCP, o secretário-geral comunista alertou para o "ainda limitado alcance e que podem dar [resposta] a problemas imediatos e a expectativas dos trabalhadores e do povo português".
"Embora com a plena consciência de que a solução para os problemas do país não dispensam, bem pelo contrário exigem, a indispensável rutura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda, nós continuamos a estar como sempre temos estado, empenhados na procura das soluções e tomada de medidas que correspondam a legítimas aspirações dos trabalhadores e do povo português a uma vida melhor", vincou.
Jerónimo de Sousa foi perentório: "nós não nos desviaremos do caminho traçado, apoiando o que servir os trabalhadores, o povo e o país e não apoiando o que for negativo".
O secretário-geral comunista elencou as preocupações do PCP que afastam os comunistas desta proposta de orçamento: "o aumento do imposto sobre os combustíveis, a insuficiente tributação sobre grande património mobiliário, a inexistência de resposta estrutural ao problema da dívida, a não consideração do aumento do valor real das pensões ou a manutenção de restrições impostas aos trabalhadores e serviços da Administração Pública".
"Nós pensamos que é necessário elevar os rendimentos dos reformados e idosos. O descongelamento das reformas ao fim de seis anos é um imperativo que tem de ser acompanhado pelo aumento real do seu valor", defendeu.
Na opinião de Jerónimo de Sousa "estes últimos dias de pressões e de chantagem tornaram mais claro" que Portugal precisa da "rutura com as imposições da União Europeia e outros constrangimentos externos".
Entre as medidas positivas elencadas pelo líder comunista, destaque para a redução das restrições à contratação na Administração Pública, o levantamento no prazo de seis meses das situações de contratação precária existente na Administração Pública, o fim da isenção dos fundos imobiliários em sede de IMI, o aumento da contribuição do setor bancário ou a introdução de deduções fiscais por filhos ou ascendentes em sede de IRS.
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