Rui Moreira teme "o pior" quanto à estratégia da TAP para o Porto

O presidente da Câmara do Porto disse hoje "temer o pior" sobre a estratégia da TAP para o Porto, afirmando-se "preocupado" com a ligação Vigo-Lisboa, que vai "drenar o tráfego da Galiza e retirar passageiros" ao aeroporto Sá Carneiro.

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Lusa
26/01/2016 13:44 ‧ 26/01/2016 por Lusa

Economia

Sá Carneiro

"Preocupa aquilo que foi o segredo mais bem guardado de todos, que é a ligação Vigo-Lisboa", afirmou o independente Rui Moreira esta manhã, em reunião pública da Câmara, acrescentando que, "a prazo", este voo "vai fazer com que a TAP diga que vai parar os voos intercontinentais" de e para o Porto.

O autarca falava na reunião pública do executivo, respondendo a questões de Ricardo Valente, vereador do PSD, que quis saber a opinião de Rui Moreira sobre a suspensão de quatro ligações de médio curso (Europa) de e para o Porto.

Ricardo Valente disse pretender saber se foi ou não pedida informação ao Governo relativamente ao cumprimento do caderno de encargos do contrato firmado com o consórcio Gateway e se os dois administradores representantes do Estado no conselho de administração da empresa "tinham conhecimento ou não" destas suspensões dos voos do Porto para Bruxelas, Milão, Roma e Barcelona.

Na resposta, Rui Moreira afirmou não conseguir adiantar o que vai acontecer por desconhecer o que o Governo vai decidir em relação à reversão da privatização, mas foi perentório: "suspeito e temo pior".

Lembrando que, aquando da escolha do consórcio Gateway como vencedor do processo de privatização da TAP, o anterior secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse estar garantida a manutenção do 'hub' de Lisboa, Moreira afirmou que "esta privatização teve como única preocupação garantir Lisboa".

"Esta estratégia da TAP é uma estratégia que destrói, não temos grande solução a não ser falar com outros operadores (privados)", afirmou Moreira, para quem "o que está em jogo é o futuro do aeroporto Sá Carneiro e o 'hub' dos negócios" de empresas do Norte.

Suspeitando que "o Estado fica com a TAP para continuar a pagar prejuízos", Moreira voltou a sublinhar que uma TAP pública terá que prestar serviço público em Portugal, e não apenas em Lisboa.

"Para o Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada o interessa da TAP é zero", disse, "e pagar isso com os meus impostos custa-me imenso".

Moreira disse mesmo que "durante os últimos 12 anos [da TAP] enquanto empresa pública, a gestão foi ruinosa, de cegueira relativamente ao Porto" e que se o objetivo "é fazer asneiras, pelo menos que sejam feitas por privados".

"Sendo privada só quero ter a certeza que nós não vamos pagar as asneiras", vincou.

Ricardo Valente defendeu que o "Porto merece uma explicação" e "não pode ficar calado relativamente a esta situação".

A vereadora do PS Carla Miranda, que é deputada na Assembleia da República, adiantou que alguns deputados socialistas eleitos pelo Porto já questionaram o Governo sobre o que pretende fazer ao aeroporto do Porto e se conhecia esta suspensão dos quatro voos.

O vereador da CDU, Pedro Carvalho, considerou que a questão central em toda esta discussão "é a privatização e não outra".

"A TAP tem que continuar na esfera pública, o 'hub' do Porto é importantíssimo", disse.

 

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