"Sapatos bonitos e austeridade não vão salvar Portugal"
A consultora de vários governos e colunista da Bloomberg, Megan Greene, comenta, num artigo de opinião, que Portugal é a prova acabada de que o caminho da austeridade não vai desembocar na recuperação da zona euro. A especialista, refere, inclusive, que a quem restarem dúvidas quanto a esta realidade, basta que visite o País.
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Economia Megan Greene
"Se alguém ainda precisar de provas de que a austeridade não está a contribuir para a recuperação da crise da dívida da zona euro, deve visitar Portugal". É desta forma que a economista chefe na Maverick Intelligence e colunista da Bloomberg, Megan Greene, começa um artigo de opinião, em que aborda a manifestação do passado dia 2 de Março.
"Portugal é o exemplo mais paradigmático da zona euro de como a receita da austeridade pode 'matar o paciente', e isto mesmo com os efeitos nocivos e contraproducentes da austeridade orçamental mesmo à frente dos nossos olhos", escreve a especialista.
Por outro lado, a economista chefe na Maverick Intelligence indica que o Governo português continua a apostar nos sectores tradicionais, como o do calçado, chamando à atenção para o facto de "o calçado feito em Portugal ser segundo mais caro do mundo, a seguir ao italiano".
"Será necessário mais do que uns sapatos bonitos para que as exportações portuguesas equilibrem a menor procura interna", avisa Megan Greene.
Ainda a propósito do protesto do passado sábado, a especialista deixa ainda um outro recado a quem o quiser ouvir, ou no caso ler: "Os manifestantes cantaram 'Grândola, Vila Morena', a senha da Revolução de 1974, que fez cair a ditadura. Se os credores de Portugal não acordarem e não flexibilizarem as exigências de austeridade, arriscam-se a enfrentar muito mais do que uma simples canção".
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