Ninguém quer greve da TAP mas cortes salariais são para avançar, diz Governo
O secretário de Estado dos Transportes disse esta sexta-feira que ninguém quer a greve dos trabalhadores da TAP mas lembrou que o Orçamento do Estado "é para cumprir" e não há excepções para os cortes salariais.
© Lusa
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"Temos as linhas de diálogo ainda estabelecidas e continuamos a apostar nesse diálogo como forma de ultrapassar as diferenças que ainda existem entre o grau de liberdade, que é muito pequeno, por parte do Governo, e as reivindicações, que são legítimas, por parte dos sindicatos", disse Sérgio Monteiro aos jornalistas no final da assinatura de um plano para o relançamento do sector da construção e imobiliário.
A adesão à greve da TAP, marcada para 21 a 23 de Março, atingiu "o pleno" com a adesão de mais quatro sindicatos, que se juntaram aos oito que compõem a plataforma, disse hoje à agência Lusa o dirigente sindical André Teives.
"Os oito sindicatos já representavam mais de 90% dos trabalhadores, mas com estes quatro [sindicatos] a adesão é plena", confirmou o porta-voz da plataforma representativa dos trabalhadores da companhia aérea, considerando que "é sintomático" da contestação.
O secretário de Estado que tutela os transportes lembra os trabalhadores, contudo, que o "esforço de consolidação orçamental" de Portugal "é para todos sem excepção": "Há uma coisa que é clara, a lei do Orçamento do Estado é obviamente para cumprir".
"Temos contactos frequentes estabelecidos [com so sindicatos] e por isso continuamos a depositar esperança que a via negocial é a melhor forma de tentar prevenir uma greve que ninguém quer no país", considerou.
Esta semana, juntaram-se à paralisação o Sindicato dos Economistas, dos Contabilistas, dos Engenheiros e dos Engenheiros da Região Sul.
Em declarações à Lusa, André Teives realçou que "os oito sindicatos já demonstravam uma pluralidade única em 68 anos de história da TAP".
"Registamos com agrado que o Governo diga que está disponível para o diálogo", afirmou, manifestando a disponibilidade dos sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP para o diálogo.
Os oito sindicatos avançaram com pré-aviso de greve na TAP, de 21 a 23 de Março, para contestar a "injustiça" dos cortes salariais numa empresa pública que, defendem, ao contrário de outras, está "num mercado altamente concorrencial".
Em Fevereiro, a TAP implementou os cortes salariais determinados para a generalidade da função pública e das empresas do sector empresarial do Estado, entre os 3,5% e os 10%, em salários brutos acima de 1.500 euros.
A paralisação abrange também a Portugália, a SATA Açores e a SATA Internacional.
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