O afastamento progressivo entre Portugal e Grécia parecia ter afastado os ‘fantasmas’ do regresso português às dificuldades económicas e financeiras, mas a mudança de Governo fez renascer os discursos pessimistas no estrangeiro.
Num relatório arrasador, o Commerzbank fez duras críticas à “mudança fundamental da política” protagonizada pelo Executivo de António Costa, com o apoio dos partidos com assento parlamentar mais à Esquerda. Preocupado com o provável aumento da dívida provocado pelo ajustamento mais lento, o banco alemão avisa que Portugal está dependente do rating da DBRS para manter a estabilidade financeira.
Um corte na notação significaria a exclusão do programa de compra de dívida do BCE e nesse caso, um novo resgate seria inevitável. Para o Commerzbank, Portugal voltou a ser “uma criança problemática”, porque “o novo Governo em Portugal está a passar das palavras aos atos”.
O regresso dos feriados e dos 25 dias de férias para os funcionários públicos com boa assiduidade, a devolução dos cortes no Estado e “a reversão da liberalização do mercado de trabalho” são dados como exemplos negativos da governação socialista, e levam o Commerzbank a considerar improvável um défice inferior a 3% no final de 2016.