Uma carta da Comissão Europeia revelada hoje pelo Diário Económico levanta mais um pouco o véu sobre o processo de intervenção do Estado no Banif, que acabou na venda do banco ao Santander Totta.
De acordo com o Económico, Bruxelas indicou ao Ministério das Finanças em dezembro de 2014 que o Banif devia reduzir a estrutura, focar-se na Madeira, Açores e Lisboa e separar os ativos tóxicos das participações positivas. A intervenção pública era inevitável, mas a Comissão Europeia acreditava ser possível recuperar a injeção de liquidez com a venda faseada do banco até ao final de 2017.
Depois de ver seis planos de reestruturação serem chumbados, o Ministério liderado por Maria Luís Albuquerque fez uma última tentativa para convencer a Comissão Europeia a mudar de ideias, mas as intenções falharam. Ignorando as recomendações, o Governo manteve o rumo inicial e condenou o banco madeirense a uma resolução bem mais pesada para os cofres públicos.
"Um plano de resstruturação feito nestas linhas asseguraria a viabilidade do banco e a sua capacidade de implementar de forma adequada as medidas de reestruturação, bem como de pagar a totalidade da ajuda do Estado recebida", garantia a Comissão Europeia na carta citada pelo Económico.