Na época do ano em que a maior parte das declarações são de paz e amizade, uma das figuras em maior destaque na economia e política internacional em 2015 lançou um feroz ataque aos Ministros das Finanças da zona euro e ao governo de que ele próprio fez parte.
Yanis Varoufakis surgiu de língua afiada numa entrevista ao jornal holandês De Volkskrant e lançou críticas arrasadoras aos responsáveis do Eurogrupo e restantes líderes financeiros europeus. A influência alemã nas reuniões dos Ministros das Finanças foi o primeiro alvo: "Schauble é o mestre das marionetas. Todos os outros são fantoches".
"Schauble é o 'padrinho' do Eurogrupo. Ele decide quem é o presidente, o que se discute, controla tudo", acusa Varoufakis e continua: "Dijsselbloem não tem poder real. Não tem autoridade, é um soldado, um fantoche... não toma decisão nenhuma sem perguntar a Schauble. É uma peça numa engrenagem que ele próprio não compreende".
"Eu era o único com ética. Se fores um psicopata e adorares conflito, o Eurogrupo é o lugar para ti", ironiza Varoufakis antes de passar à ofensiva no plano interno.
"Confiei cegamente em Tsipras. Estava errado. Ele rendeu-se às exigências do Eurogrupo, sem me consultar", admite o ex-Ministro das Finanças da Grécia. "Disseram a Tsipras: se quiseres um acordo, tens de te livrar do Yanis. O Eurogrupo estava à procura de uma maneira de me eliminar: foi uma conspiração."
No meio de todos os ataques, existe apenas uma réstia de esperança para Varoufakis: Mario Draghi. "É um economista formidável", garante o antigo líder das Finanças gregas e conclui: "Draghi está muito frustrado pelas limitações sufocantes do mandato do BCE".
