Máfia escravizava trabalhadores para fornecer roupa à Inditex

A operação começou em 2009 e as autoridades espanholas descobriram um esquema em pirâmide, que afetava grandes cadeias de roupa.

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Notícias Ao Minuto
13/12/2015 08:40 ‧ 13/12/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

Têxteis

Algumas das roupas vendidas até 2009 em grandes cadeias de roupa – algumas existentes em Portugal – foram fabricadas pela máfia chinesa a partir de Barcelona.

A notícia foi avançada pelo jornal espanhol El País que dá conta da operação Wei que, em julho de 2009, entrou em armazéns têxteis clandestinos.

O El Corte Inglés e o Inditex estão entre os principais envolvidos. No entanto, não foram responsáveis pela contratação deste tipo de trabalhadores.

Ao que tudo indica, esta relação com a máfia chinesa tem que a com um esquema em pirâmide. Isto porque as cadeias espanholas subcontrataram linhas de produção para “adaptar a sua produção às mudanças na procura”, revela a investigação.

Os fornecedores teriam de ser espanhóis, os prazos eram curtos e os pedidos eram "muito frequentes”. Mas isso fazia com que fosse necessária uma ajuda extra. É aí que entra a máfia chinesa.

Um dos casos envolve a Intexetis, que fornece vestuário para os grupos El Corte Inglés e Inditex. Terá sido contratada uma outra empresa, a Josmigmar, que, por sua vez, terá cedido, “sem autorização”, entre 500 e 800 unidades a uma companhia chinesa, a Jiaem Wang.

“Aparentavam estar legais”, pois tinham licença e pagavam todos os impostos. A investigação dava conta ainda que os contratados trabalhavam numa situação de escravatura, de segunda a domingo, sem feriados e durante 15 horas. Em épocas de maior produção cosiam até às 3 horas da manhã, dormiam quatro horas e depois voltavam às máquinas.

Dormiam em sótãos e comiam, por norma, esparguete e arroz. Não tinham condições de trabalho e ganhavam 25 euros por dia.

A clandestinidade destas unidades ficava “escondida” por detrás destes intermediários catalães, que forneciam as roupas para algumas das maiores cadeias mundiais.

No total, foram afetadas 363 marcas, como a Desigual, Cortefiel, Zara, Bershka, Stradivarius, Lefties e Pull & Bear.

Desta operação, três chineses foram condenados a três anos e meio de prisão por exploração laboral.

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