O último leilão de dívida pública deste ano trouxe más notícias para os cofres do Estado. Com a perspetiva de mais algumas semanas de instabilidade financeira durante a transição de Governo, os investidores castigaram as Obrigações do Tesouro num leilão a dez anos.
A procura de títulos nacionais ficou acima das expectativas, mas os compradores mostraram-se pouco recetivos para aceitar Obrigações com maturidades tão longas a um preço inferior ao conseguido na última emissão comparável.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) conseguiu vender um total de 995 milhões de euros em dívida pública, com uma taxa média de 2,4294%, mais do que os 2,3975% pagos no leilão a dez anos de 14 de outubro deste ano. Os mercados parecem estar a dar cada vez mais sinais de impaciência com a situação política em Portugal, depois de terem aceitado comprar dívida de longo prazo a taxas bastante inferiores em fevereiro.
O anúncio de uma interrupção temporária das compras do BCE na época de natal e fim de ano também ajudou a aumentar o pessimismo, com a perspetiva de menor liquidez a levar os investidores a assumir menos riscos. A decisão de prolongar o programa de aquisição de ativos para além do prazo previsto também não está tomada, mas caso o ‘quantitative easing’ do regulador europeu seja interrompido, os juros dos países periféricos poderão sofrer.
[Notícia atualizada às 11:05]