"Talvez o maior desafio sejam as companhias aéreas 'low cost'. Passei pelo Porto no outro dia e fiquei assustado com oito aeronaves da Ryanair e mais quatro da easyJet. Não podemos desistir. Temos que nos tornar mais competitivos", afirmou o empresário num encontro com trabalhadores da TAP, a decorrer nas instalações da empresa em Lisboa.
Segundo o empresário, o plano é segmentar: "Vamos ter uma tarifa de 39 euros, mas o passageiro vai sentar-se atrás e pagar pela bagagem", isto é, "vai ser Ryanair com uma frequência de cinco vezes por dia, em vez de uma".
"Assim a TAP serve a todos: aos que querem pagar pouco e aos que não se importam de pagar mais, porque preferem viajar com melhores condições", acrescentou.
Segundo o dono da companhia brasileira Azul, o segredo para concorrer com a easyJet e Ryanair é "flexibilizar" e apostar numa cultura de serviço para que os passageiros queiram voltar a voar com a TAP.
Numa intervenção animada, David Neeleman apelou ao esforço de todos os trabalhadores, para construir "uma TAP forte", "a melhor linha aérea da Europa e quem sabe do mundo".
"A gente não pode ter sucesso sem vocês. Vamos conseguir a melhor linha aérea da Europa e quem sabe do mundo", lançou.
A Parpública anunciou na quinta-feira à noite a assinatura do acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP ao consórcio Gateway, detido pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman.
Durante o primeiro encontro com trabalhadores, David Neeleman anunciou ainda a encomenda à Airbus de 53 aviões Widebody e de corredor único, onde se incluem 14 A330-900neo e 39 A320neo (15 A320neos e 24 A321neos).
Estes aviões fazem parte da renovação de frota anunciada pelo consórcio Atlantic Gateway. Como parte do acordo, a TAP substitui a encomenda anteriormente feita de 12 A350-900s pelos A330-900neo.