"Conhecia bem Ricardo Salgado, não o vou negar. Era o que me faltava"
Paulo Portas falou, esta quinta-feira na antena da SIC, sobre a solução encontrada para o Banco Espírito Santo e sobre a reforma do Estado.
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Economia Entrevista
Em entrevista no programa ‘Era a conta, se faz favor’, Paulo Portas foi questionado sobre a queda do império Espírito Santo.
“Fui acompanhando as notícias que davam sinal de que havia dificuldades”, começou por dizer, acrescentando: “Quando me pediram para os receber, recebi. Quando sugeriram que o Estado, por via da Caixa Geral de Depósitos, fosse resolver os problemas de um grupo privado disse que não era essa a missão do banco público”.
“O Governo terá muitos defeitos e muitos acertos, neste caso foi absolutamente transparente”, assegurou.
Quanto à solução que foi encontrada para os ativos do Banco Espírito Santo, o vice-primeiro-ministro considerou que seria “um desastre” a nacionalização do banco, pois o “contribuinte seria chamado a responder por algo que não é responsável”.
Não sendo a resolução uma solução perfeita, Portas considera-a “um cenário melhor”, embora tenha admitido que “não é isenta de riscos”.
A ideia que está na base da resolução, que é a de que “se há um problema num banco quem responde por ele é o acionista e se o acionista não chegar é o sistema financeiro que é chamado pois tem interesse na estabilização”, é a que mais agrada ao líder do CDS.
Sobre Ricardo Salgado, Paulo Portas não negou que o “conhecia bem” até porque enquanto presidente de um partido “era normal falar com banqueiros”.
“Não vou negar isso, era o que me faltava. E negá-lo seria uma falta de carácter”, atirou.
Antes de a entrevista terminar, o vice-primeiro-ministro ainda se debruçou sobre o tema da reforma da Segurança Social, um objetivo que não foi cumprido na atual legislatura.
“Para fazer a reforma da Segurança Social é preciso um crescimento à volta de 2% e nós não o tivemos. Só agora começamos a aproximarmo-nos desse valor”, indicou, defendendo que a proposta da coligação Portugal à Frente “é aberta do ponto de vista da negociação”, sendo também de uma “extraordinária prudência se comparada com a proposta do Partido Socialista”.
A proposta do PSD/CDS centra-se na construção de um “modelo que é mais sustentável ao longo das décadas”.
“Enquanto o PS muda as regras para 3,7 milhões de contratos, que são os atuais, nós só operamos para aqueles que vão entrar no mercado de trabalho. A diferença do impacto é gigantesca e a prudência está no nosso lado”, concluiu.
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