Numa entrevista na emissora de rádio pública alemã rbb-Inforadio, o ministro democrata-cristão reiterou a posição do executivo da chanceler Ângela Merkel de não alterar as taxas de câmbio artificialmente em benefício das economias nacionais.
“Não queremos intervenções estatais nas taxas de câmbio, queremos uma taxa de câmbio formada pelo mercado”, assegurou Schauble.
O governante confia que esta será a posição maioritária entre os países do G20, formado por grupo de significativas economias industrializadas e emergentes de todos os continentes.
Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais dos países do G20 reúnem-se hoje e no sábado em Moscovo para analisar, entre outras questões, as desvalorizações implícitas adoptadas por diversos países para reactivar as suas economias através da melhoria da competitividade do sector exportador.
A desvalorização de uma moeda melhora a posição relativa das exportações desse país no exterior, ao mesmo tempo que encarece as importações e consequentemente o consumo das mesmas.
Antes deste encontro do G20, os ministros das Finanças e os banqueiros centrais dos Estados ricos do G7 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá, Itália e Japão) tentaram desmistificar o assunto e asseguraram num comunicado que deixariam que o mercado fixasse livremente as taxas de câmbio.
No entanto, o novo executivo do Japão, que pertence tanto ao G7 como ao G20, aditou recentemente uma polémica estratégia de reactivação do crescimento da economia que inclui uma agressiva política económica expansiva, provocando uma notável desvalorização do iene face às restantes divisas de referência.
Nos últimos dias o euro tem-se apreciado face ao dólar - tendo atingido a 1 de Fevereiro o valor mais alto face ao dólar desde Novembro de 2011, quando ultrapassou os 1,36 dólares - e ao iene, levando Paris, entre outros, a defender uma intervenção nas taxas de câmbio para favorecer as exportações da zona euro.